Nesta semana, em sua coluna, Guilheme Wisnik fala sobre uma nova montagem da peça Esperando Godot, desta vez a cargo da Companhia Usyna Uzona, no Teatro Oficina. Trata-se de um clássico da dramaturgia ocidental e representante do chamado Teatro do Absurdo, no qual dois personagens passam o tempo todo esperando o personagem do título, sem que de fato ele apareça, numa espera que “acaba virando uma grande metáfora da vida”. De acordo com Wisnik, há na peça, sobre a qual perpassa a ideia de redenção e da passagem do tempo, uma conotação muito filosófica e reflexiva, que faz lembrar o poema À Espera dos Bárbaros, do grego Konstantinos Kaváfis.
Na montagem da peça do Oficina, há claramente a indicação de que Godot morreu, “que é um ponto polêmico e que merece uma reflexão. Eu vejo nisso uma tentativa de dizer ‘olha, precisamos agir, vamos sair dessa letargia, precisamos ir em frente, não dá mais para ficar achando que as coisas se resolvam sozinhas’. É um impulso para a ação e nesse sentido essa montagem de 2022 é muito atual e muito urgente e importante”.
Espaço em Obra
A coluna Espaço em Obra, com o professor Guilherme Wisnik, vai ao ar quinzenalmente quinta-feira às 8h, na Rádio USP (São Paulo 93,7; Ribeirão Preto 107,9) e também no Youtube, com produção da Rádio USP, Jornal da USP e TV USP.
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