Quase 200 jornalistas ao redor do mundo foram espionados pelo software Pegasus, da empresa NSO de Israel. Para o colunista Carlos Eduardo Lins da Silva, esse é mais um perigo que ameaça os jornalistas que tentam fazer seu trabalho de forma independente.
“Esse software é uma ferramenta extremamente sofisticada, considerada pelos especialistas como um dos spywares, que são softwares de espionagem mais completos que existem”, afirma. O Pegasus consegue acessar qualquer função do celular de uma pessoa, inclusive câmera e microfone.
Os jornalistas não foram as únicas vítimas do Pegasus. Ao todo, foram mais de 2 mil pessoas em 50 países, entre elas advogados, defensores de direitos humanos, ativistas políticos e outros indivíduos que pudessem representar uma ameaça a governos como os dos Emirados Árabes Unidos, Hungria, Índia e México.
Existem também indícios de que o software foi ilegalmente utilizado no Brasil pela Operação Lava Jato durante suas investigações. “Mais um risco enorme que jornalistas sofrem de terem sua intimidade devassada e serem, posteriormente, vítimas de assassinatos ou de atentados”, diz Silva.
Segundo o colunista, não há muito o que jornalistas ou empresas jornalísticas possam fazer para evitar casos como esse, a não ser a pressão aos governos para proibir a proliferação e uso desse tipo de produto.
Horizontes do Jornalismo
A coluna Horizontes do Jornalismo, com o professor Carlos Eduardo Lins da Silva, vai ao ar quinzenalmente, segunda-feira às 8h30, na Rádio USP (São Paulo 93,7; Ribeirão Preto 107,9) e também no Youtube, com produção da Rádio USP, Jornal da USP e TV USP.
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