Blog

Os 50 anos da Revolução dos Cravos, ocorrida em 25 de abril de 1974 e que pôs fim à ditadura salazarista em Portugal, é o tema da coluna do professor Pedro Dallari. O movimento, inicialmente com cunho militar, contou com apoio da ampla maioria da população portuguesa, que queria o fim do período ditatorial de Antonio de Oliveira Salazar, iniciado em 1933. “Durante mais de 40 anos, de 1933 a 1974, predominou em Portugal a ditadura que agrediu os direitos humanos e a democracia, que isolou Portugal da integração europeia e do próprio mundo, que gerou um atraso econômico e uma situação de pobreza na população portuguesa muito grande”, explica Dallari.

Dallari avalia que o impacto da Revolução dos Cravos no Brasil foi significativo, visto que o País “vivia um período de ditadura e essa mobilização em prol da democracia em Portugal acabou impactando o movimento pela redemocratização brasileira, que culminou com o final da ditadura militar em 1985”.

Segundo Dallari, na USP, a efeméride tem motivado a realização de eventos acadêmicos internacionais importantes. Em março, a Cátedra José Bonifácio promoveu o seminário com o tema 50 anos da Revolução dos Cravos em Portugal: Que Herança Comum? Que futuro?. Coordenado pelo catedrático Álvaro de Vasconcelos, o evento reuniu especialistas, do Brasil e do exterior, no Instituto de Relações Internacionais (IRI).

No início de abril, a Cátedra Jaime Cortesão, ligada à Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas (FFLCH) e coordenada pela professora Vera Lucia Amaral Ferlini, promoveu o congresso internacional Portugal da Ditadura à Democracia: História, Cultura e Memória. “Essas iniciativas da USP indicam a relevância histórica da Revolução dos Cravos e a necessidade de estudá-la e compreendê-la, especialmente neste momento em que a democracia e os direitos humanos – os principais fatores da mobilização popular naquele 25 de abril em Portugal – sofrem ameaças em grande parte do mundo”, destaca o professor.

.