Por que o rosto das pessoas fica tão estranho quando reproduzido pela realidade virtual? É a pergunta que Luli Radfahrer responde em sua coluna desta semana, iniciando com a observação de que um equipamento de realidade virtual “não é nada barato”, o que se alia a algumas imperfeições oriundas da própria tecnologia. Ele analisa universos como os dos games, que têm mais facilidade de ser fiel à realidade. O problema surge, segundo ele, quando se tem biotipos limitados para reproduzir no mundo virtual. “Dá para fazer, mas, quando a gente pensa em computação gráfica, a gente pensa em Hollywood e Hollywood tem equipes e equipes de artistas para cada etapa, além de uma tecnologia de captura muito mais sofisticada.” Tudo se resume, portanto, a não se deixar levar por altas expectativas.
A alta fidelidade nem sempre é fácil de atingir, sobretudo quando se tem como termo de comparação as tecnologias de alta definição presentes num aparelho de celular, como as câmeras, por exemplo. O detalhe é que qualquer tentativa de melhorar pode piorar. “É muito complicado: você tem um metaverso em que o mundo é perfeito, é limpinho, mas precisa ser completamente simulado e, em contrapartida, você tem um ambiente como o Tik Tok, em que a vida real é mostrada em toda sua tosquidão com uma câmera de alta definição. É muito difícil simular isso. É muito mais fácil você simular uma casa arrumada do que uma casa bagunçada”, argumenta o colunista, não sem deixar de completar que ainda vai levar um tempo para que a realidade virtual corresponda à expectativa de realidade que se tem hoje.
Datacracia
A coluna Datacracia, com o professor Luli Radfahrer, vai ao ar quinzenalmente, sexta-feira às 8h, na Rádio USP (São Paulo 93,7 ; Ribeirão Preto 107,9 ) e também no Youtube, com produção da Rádio USP Jornal da USP e TV USP.
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