Causou muita repercussão no Canadá a demissão recente da âncora do telejornal de maior audiência daquele país. A demissão de Lisa LaFlamme levantou a discussão sobre uma possível discriminação contra a mulher no mercado de trabalho, já que há uma suspeita de que a profissional teria sido dispensada pelo fato de ter deixado de pintar os cabelos durante a pandemia. De acordo com o professor Carlos Eduardo Lins da Silva, esse tipo de situação está longe de ser uma novidade – nos últimos anos, nos EUA, houve pelo menos 12 situações de mulheres – que trabalhavam em empresas de mídia – terem processado os seus patrões sob alegação, segundo elas, de suas demissões terem a ver com o fato de serem idosas e pouco atraentes para o público.
No caso de Lisa, a CTV, maior rede de televisão privada do Canadá, divulgou, num primeiro momento, que a decisão de demitir a jornalista, que era muito popular no país, devia-se à mudança de hábito da audiência, e, posteriormente, recusou-se a falar sobre o assunto. De todo modo, restou a suspeita, reforçada pelo fato de o mesmo não ter acontecido com dois âncoras homens, mais velhos do que Lisa. Diz o colunista: “A repercussão do caso mostrou que a situação realmente não é fácil para jornalistas mulheres, isso especialmente nos meios audiovisuais”. Seja como for, a CTV anunciou o substituto da jornalista demitida. Num esforço para tentar talvez amenizar as críticas, a emissora escolheu um homem, que é muçulmano, para estar à frente de seu telejornal.
Horizontes do Jornalismo
A coluna Horizontes do Jornalismo, com o professor Carlos Eduardo Lins da Silva, vai ao ar quinzenalmente, segunda-feira às 8h30, na Rádio USP (São Paulo 93,7; Ribeirão Preto 107,9) e também no Youtube, com produção da Rádio USP, Jornal da USP e TV USP.
.