João Paulo Lotufo remete a um caso recente, divulgado na internet, da morte do filho de um jogador de futebol, que teve suas condições pulmonares agravadas depois do uso de vape, enquanto tentava se recuperar de uma infecção. “Então, na verdade, a hora que você usa o cigarro eletrônico, vape ou outro qualquer, já causa um processo inflamatório no seu pulmão e aí, qualquer doença que você tenha, a evolução do pulmão pode ser pior; por exemplo, a covid, se você usa cigarro normal, cigarro habitual, você tem cinco vezes mais chances de ter uma covid grave, de pegar covid. Se você tiver usando cigarro eletrônico, você tem sete vezes mais chances de pegar covid, porque a mucosa já está inflamada, o vírus penetra mais facilmente; agora, se você usa o cigarro eletrônico, você tem até 14 vezes mais chance de ter covid grave, porque o seu pulmão já estava lesado e, junto ao processo inflamatório de outra infecção, o prognóstico é bem pior”, relata Lotufo.
“Até quando a nossa juventude vai ficar utilizando esse material que é proibido no Brasil?”, indaga Lotufo. “Todas as doenças causadas pelo tabaco, pelo fumo habitual, aparecem com o uso do cigarro eletrônico, só que com cigarro eletrônico as coisas estão aparecendo mais precocemente. Existe uma doença chamada Evali, que é a sigla americana dessa doença, que é o processo inflamatório agudo causado pelo cigarro eletrônico, e isso levou, em 2019, a 68 mortes de jovens e um caso de transplante pulmonar nos Estados Unidos, além de milhares de internações por insuficiência respiratória.” De resto, o colunista lamenta que seja permitida a venda do cigarro eletrônico no País, “que é o que está ocorrendo, é criminoso, é uma vergonha, e as ações políticas não estão neste caminho; apesar de ser proibido pela Anvisa, o uso continua entre os jovens. Abra os olhos”.
Dr. Bartô e os Doutores da Saúde
A coluna Dr. Bartô e os Doutores da Saúde, com o professor João Paulo Lotufo, vai ao ar quinzenalmente, segunda-feira às 9h, na Rádio USP (São Paulo 93,7 ; Ribeirão Preto 107,9) e também no Youtube, com produção da Rádio USP, Jornal da USP e TV USP.
.