Ao contrário do que possa parecer, o livro eletrônico não é uma moda, uma vez que muitas pessoas migraram para a alternativa dos eBooks, conforme revela Luli Radfahrer em sua primeira coluna do ano. “Ele não substituiu o livro”, argumenta, “é mais ou menos como se ele fosse uma outra categoria, como o áudio livro, que não é exatamente um livro narrado, ele é uma outra categoria.”
Radfahrer enumera algumas qualidades do livro eletrônico, a começar pela facilidade de manuseio. “Você pode carregar vários num aparelho, você pode selecionar, compartilhar, encontrar informação lá dentro, mas ele ainda, na melhor das hipóteses, é igual ao livro em papel.” Ele ainda não atingiu uma característica que faça dele um produto completamente novo. Trata-se, pura e simplesmente, de um livro, só que em formato digital e numa versão pobre do seu parente em papel.
O colunista defende a ideia de que o livro digital não deve ser um aparelho multimídia, “se não, você vai usar esse aparelho para outras coisas”. Ele acredita que o livro digital deva contemplar mudanças no formato e não apenas tecnológicas. “Ele pode ser até colorido, ele pode ser até animado, mas não é a falta de cor e não é a falta de animação que fazem o livro digital ser diferente do livro de papel. O livro digital precisa ser repensado como um produto novo”, conclui Radfahrer.
Datacracia
A coluna Datacracia, com o professor Luli Radfahrer, vai ao ar quinzenalmente, sexta-feira às 8h, na Rádio USP (São Paulo 93,7 ; Ribeirão Preto 107,9 ) e também no Youtube, com produção da Rádio USP Jornal da USP e TV USP.
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