A triste realidade brasileira diante da pandemia 

Como comenta Pedro Dallari, o Brasil está na última posição entre 53 países no combate à covid-19 

 28/04/2021 - Publicado há 4 anos     Atualizado: 03/05/2021 às 18:00
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O mundo está enfrentando há mais de um ano a pandemia da covid-19, com um número avassalador de casos por todo o planeta e ainda muitas mortes. Mas o que os países têm feito até agora para combater esse mal? O que precisa ser feito para vencer o coronavírus? É sobre isso que o professor Pedro Dallari fala em sua coluna desta semana. “Passado um ano da pandemia do novo coronavírus e suas já muitas variantes, é possível traçar um quadro comparativo de como todos os países do mundo vêm lidando com esta trágica situação. Em um mundo interconectado, que é a grande característica da globalização, essa comparação é muito importante para antecipar as perspectivas para a população de cada país”, comenta o professor. “Quanto melhor o manejo da crise sanitária, melhor para o país e para sua população, e não só pelo benefício óbvio de políticas públicas eficazes, mas também devido à posição que esses países mais bem-sucedidos no combate à pandemia terão na comunidade internacional, recebendo os benefícios de uma melhor posição no contexto internacional, como mais investimentos econômicos, mais turistas, e seus cidadãos terão melhor acolhida em outros países”, afirma Dallari. “Ou seja, haverá um benefício geral do ponto de vista da cidadania e da sociedade. É nesse contexto global que a posição do Brasil tem se mostrado muito ruim, com evidente prejuízo para nossa população, inclusive na inserção internacional”, garante o colunista.

Para ele, isso ficou evidente de acordo com um relatório feito pela prestigiosa agência de notícias Bloomberg. “Esse relatório mostra nossa triste realidade. Divulgado no início desta semana, o levantamento leva em consideração os 53 países de maior relevância econômica. E nesse ranking, com relação ao combate à pandemia da covid-19, o Brasil ocupa a última posição”, aponta Dallari. “O estudo da Bloomberg se baseia em dez critérios: cinco deles com relação a medidas de impacto para a saúde das pessoas e outros cinco sobre o impacto na qualidade de vida. Entre os primeiros critérios, por exemplo, estão indicadores sobre números de mortes e de casos por habitante. E, como sabemos, esses números são péssimos no Brasil”, afirma. “No que se refere à qualidade de vida, os indicadores medem, por exemplo, a expectativa do crescimento da economia em 2021 e a cobertura fornecida pelos serviços de saúde – e aqui também os indicadores não são nada bons. Trata-se de um estudo muito criterioso e a indicação da péssima situação do Brasil frente à pandemia reforça as análises já feitas em universidades, como na USP. É um quadro muito ruim que deve servir de alerta para todos nós”, acentua o professor.


Globalização e Cidadania
A coluna Globalização e Cidadania, com o professor Pedro Dallari, vai ao ar quinzenalmente, quarta-feira às 8h, na Rádio USP (São Paulo 93,7; Ribeirão Preto 107,9) e também no Youtube, com produção da Rádio USP,  Jornal da USP e TV USP.

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