Reteplase é um agente trombolítico utilizado para dissolver coágulos sanguíneos que causam eventos como infarto do miocárdio (ataque cardíaco) e acidente vascular cerebral (AVC) isquêmico. Ele é uma variante modificada geneticamente do ativador de plasminogênio tecidual (tPA), uma enzima que ajuda a degradar os coágulos sanguíneos.
Ao ser administrado, o reteplase atua convertendo o plasminogênio em plasmina, uma enzima que quebra a fibrina, a principal proteína que compõe os coágulos sanguíneos. Isso ajuda a restabelecer o fluxo sanguíneo nas artérias bloqueadas, melhorando a oxigenação dos tecidos afetados e minimizando os danos causados pela falta de suprimento sanguíneo.
Reteplase é frequentemente utilizado em emergências médicas devido à sua capacidade de ser administrado em bolus (uma única dose grande), o que facilita a administração rápida e eficaz no tratamento de condições críticas como o infarto do miocárdio e AVC isquêmico.
Alteplase é o agente padrão utilizado na terapia de reperfusão precoce, mas agentes trombolíticos alternativos são necessários. A eficácia e segurança do reteplase em comparação com o alteplase em pacientes com acidente vascular cerebral (AVC) isquêmico agudo não são claras.
O estudo Raise foi um estudo fase 3 randomizado controlado, com alocação aberta, porém com avaliação cega de desfechoso, em que pacientes com AVC isquêmico dentro de 4,5 horas após o início dos sintomas foram aleatoriamente designados em uma proporção de 1:1 para receber reteplase intravenoso (um bolo de 18 mg seguido por um segundo bolo de 18 mg 30 minutos depois) ou alteplase intravenoso (0,9 mg por quilograma de peso corporal; dose máxima de 90 mg). O desfecho primário de eficácia foi um excelente resultado funcional, definido como uma pontuação de 0 ou 1 na escala de Rankin modificada (varia de 0 [sem déficit neurológico, sem sintomas ou completamente recuperado] a 6 [morte]) aos 90 dias. O desfecho primário de segurança foi hemorragia intracraniana sintomática dentro de 36 horas após o início dos sintomas.
Um total de 707 pacientes foram randomizados para receber reteplase e 705 para receber alteplase. Um excelente resultado funcional ocorreu em 79,5% dos pacientes no grupo reteplase e em 70,4% no grupo alteplase (razão de risco, 1,13; intervalo de confiança [IC] de 95%, 1,05 a 1,21; P<0,001 para não inferioridade e P = 0,002 para superioridade). Hemorragia intracraniana sintomática dentro de 36 horas após o início da doença foi observada em 17 de 700 pacientes (2,4%) no grupo reteplase e em 14 de 699 (2,0%) no grupo alteplase (razão de risco, 1,21; IC de 95%, 0,54 a 2,75).
O minuto do Cérebro
A coluna O minuto do Cérebro, com o professor Octávio Pontes Neto, vai ao ar quinzenalmente, terça-feira às 8h30, na Rádio USP (São Paulo 93,7; Ribeirão Preto 107,9) e também no Youtube, com produção da Rádio USP, Jornal da USP e TV USP.
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