USP terá unidade de principal centro de pesquisa francês no campus de São Paulo no próximo ano

A atividade fez parte da programação da missão internacional formada por dirigentes da USP, que esteve na França e na Alemanha, no período de 25 de setembro a 3 de outubro

 04/10/2023 - Publicado há 1 ano     Atualizado: 06/10/2023 às 17:17
(À frente, à esquerda) O diretor-geral para Ciência do CNRS, Alain Schuhl, e o reitor Carlos Gilberto Carlotti Junior assinam o acordo. Também participaram da cerimônia (em pé, da esq. p/ dir.)) o embaixador do Brasil na França, Ricardo Neiva Tavares, o professor da Faculdade de Direito da USP, Fernando Menezes, e o secretário de Ciência, Tecnologia e Inovação de SP, Vahan Agopyan – Foto: Divulgação

 

A USP e o Centro Nacional de Pesquisa Científica (CNRS, na sigla em francês), principal instituição pública de pesquisa da França, firmaram, no dia 3 de outubro, um acordo para a criação de um Centro Internacional de Pesquisa, com sede na USP, em 2024.

A atividade fez parte da programação da missão internacional liderada pelo reitor Carlos Gilberto Carlotti Junior e formada por dirigentes da USP, que esteve na França e na Alemanha no período de 25 de setembro a 3 de outubro. O objetivo da missão foi visitar universidades e centros de pesquisas para assinar convênios e discutir novas oportunidades de parceria.

O centro deverá promover a colaboração entre as duas instituições na pesquisa e na formação acadêmica de alta qualidade, envolvendo tanto a governança institucional quanto a comunidade científica. Esse será o quinto centro do CNRS em parceria com uma universidade. Já foram estabelecidas parcerias semelhantes com as universidades do Arizona e de Chicago (Estados Unidos), com o Imperial College London (Reino Unido) e com a Universidade de Tóquio (Japão).

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Um protocolo de intenções entre as duas instituições foi firmado em março deste ano, durante a visita do diretor-executivo do CNRS, Antoine Petit, à USP. Na ocasião, Petit explicou que “a proposta é desenvolver a cooperação científica entre os países, seja levando estudantes e pesquisadores brasileiros para a França, seja enviando ao Brasil estudantes e pesquisadores franceses. O centro deverá atuar como um ‘guarda-chuva’, sob o qual desenvolveremos atividades diversas que vão evoluir ao longo dos anos. O que nos interessa, de fato, é que pesquisadores do Brasil e da França tenham interesse em cooperar uns com os outros”.

Em julho deste ano, o diretor do Escritório do Centro Nacional de Investigação Científica na América do Sul, Liviu Nicu, concedeu uma entrevista no programa Desafios, do Canal USP, em que falou sobre a importância da parceria. “O quinto centro do CNRS no mundo será com a USP e deverá desenvolver pesquisas nas áreas de ciências humanas e sociais, ecologia e meio ambiente, ciências da terra e do universo, ciências da informática e biologia. Essas cinco disciplinas devem desenhar a arquitetura inicial disciplinar do nosso Centro com a USP”, afirmou.

Segundo o reitor da USP, temas como imunologia, inteligência artificial e agricultura sustentável deverão fazer parte dos estudos realizados em conjunto. “Queremos fazer na USP o que, no exterior, se chama de ‘internationalisation at home‘, que é o desenvolvimento de ações internacionais dentro da Universidade, para que os alunos e pesquisadores, que não possam fazer mobilidade para outros países, tenham uma experiência internacional dentro da USP. Com a implantação desses centros internacionais na USP, como o Institut Pasteur de São Paulo, o CNRS e o Instituto Max Planck, a comunidade acadêmica terá a oportunidade de desenvolver pesquisas com foco internacional”, considerou.

Carlotti revelou, também, que há tratativas com o Centro internacional para Engenharia Genética e Biotecnologia (ICGEB, na sigla em inglês) para a criação de uma unidade na USP, que envolverá professores e pesquisadores da Faculdade de Medicina (FM), da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto (FMRP)  e Instituto de Ciências Biomédicas (ICB) para pesquisas na área de oncologia de precisão. O acordo deverá ser firmado em janeiro do próximo ano.

(Da esq. p/ dir.) A presidente da Universidade Lumière Lyon 2, Nathalie Dompnie; o reitor da USP, Carlos Gilberto Carlotti Junior; e o presidente da Universidade Jean Moulin Lyon 3, Éric Carpano – Foto: Divulgação

Universidade de Lyon

No dia 2 de outubro, o reitor assinou um convênio de duplo diploma envolvendo a Universidade de Lyon e a Faculdade de Direito (FD) da USP, com a possibilidade de estender o programa para a Faculdade de Arquitetura e Urbanismo (FAU), a Faculdade de Economia, Administração, Contabilidade e Atuária (FEA) e a Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade de Ribeirão Preto (FEA-RP). Também foi renovado o acordo de duplo diploma na área de Letras da instituição francesa com a Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas (FFLCH).

Os dirigentes da USP também estiveram na Embaixada do Brasil na França, onde foram recebidos pelo diplomata Ricardo Neiva Tavares, que chefia a Embaixada. O objetivo do encontro, segundo Carlotti, foi apresentar “as parcerias que desenvolvemos e discutir futuras colaborações”.

“A formalização desses convênios e parcerias demonstra a confiança internacional de que a USP usufrui junto a instituições importantes como o CNRS, a Universidade de Lyon e a Embaixada do Brasil na França”, destaca o reitor.


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