USP cria agência para fazer a gestão da informação acadêmica

A agência atuará na implementação das bibliotecas polos, na criação do Escritório de Apoio ao Pesquisador e na promoção do repositório da produção intelectual da USP

 09/10/2019 - Publicado há 5 anos     Atualizado: 10/12/2019 às 14:44
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Ilustração: Wikimedia Commons via Fapesp

A USP criou um órgão que será responsável pela gestão dos dados gerados a partir do conhecimento produzido na Universidade e pelo desenvolvimento de serviços e produtos que promovam o acesso, a visibilidade e o impacto dessa produção. Trata-se da Agência USP de Gestão da Informação Acadêmica (Aguia).

A Aguia, que abarcou as atividades desenvolvidas pelo Sistema Integrado de Bibliotecas (Sibi), vai trabalhar em três frentes: na implementação das bibliotecas polos, na criação do Escritório de Apoio ao Pesquisador e na promoção do repositório da produção intelectual da USP. Essas atividades têm como finalidade tornar a produção científica da USP mais conhecida no exterior.

“A crescente complexidade dos sistemas digitais de informação acadêmica e científica, a internacionalização, a necessidade de garantir a preservação física e digital de conteúdos relevantes implica aperfeiçoar processos, capacitar pessoas e aprimorar a infraestrutura, de modo a atender às demandas da comunidade universitária. Ao mesmo tempo, é urgente promover o mais amplo acesso e visibilidade da produção intelectual gerada na própria Universidade”, avalia o presidente da agência, Jackson Cioni Bittencourt.

Bittencourt, que foi diretor do Instituto de Ciências Biomédicas (ICB), foi designado para a função no início do mês de setembro, ao lado da nova vice-presidente da agência e vice-diretora da Escola de Comunicações e Artes (ECA), Brasilina Passarelli.

Segundo ele, a proposta é que as 48 bibliotecas da Universidade atuem como polos de atendimento, estudo, leitura, permanência e capacitação da comunidade universitária de acordo com as potencialidades de cada campus. “As bibliotecas continuarão a exercer suas funções tradicionais, agregando efetivamente atividades relacionadas ao apoio ao pesquisador, promoção da produção intelectual da Universidade, das práticas de ciência aberta e acesso aberto”, afirma.

Jackson Cioni Bittencourt e Brasilina Passarelli são os novos presidente e vice-presidente do escritório – Foto: Marcos Santos/USP Imagens

Ciência aberta é uma expressão que reflete a forma como as novas tecnologias estão mudando o futuro da ciência, fazendo com que a pesquisa seja mais colaborativa, aberta, transparente, eficiente e efetiva.

O acesso aberto refere-se à disponibilidade e ao acesso gratuito por qualquer pessoa aos resultados de pesquisas científicas. Baseia-se na premissa de que o conhecimento científico é um bem público e, portanto, deve estar disponível a todos. É uma alternativa ao modelo tradicional de publicação que restringe o acesso ao conteúdo por meio de assinaturas pagas.  O acesso aberto é normalmente disponibilizado no site da própria publicação, de acordo com a política do editor, ou por meio de depósito em um repositório institucional ou temático.

Experiências internacionais

Já o Escritório de Apoio ao Pesquisador, em colaboração com a Pró-Reitoria de Pesquisa, terá como principais missões a promoção de políticas e recursos de acesso aberto, a expansão e manutenção do repositório institucional da USP, além do apoio ao pesquisador na identificação, visibilidade, pesquisa, escrita e redação.

Atualmente, o repositório institucional da Universidade é formado pelo Catálogo Dedalus, pelo Portal de Busca Integrada, pelo Portal de Revistas, pelo Portal de Livros Abertos, pelo Portal de Obras Raras, Históricas e Especiais e outras bibliotecas digitais, que congregam cerca de 710 mil itens disponíveis on-line. Em 2018, os portais de Revistas e de Livros abertos tiveram mais de 15 milhões de downloads de conteúdos.

O modelo da agência tem como base experiências semelhantes desenvolvidas em instituições de ensino superior de outros países, como a Universidade da Califórnia e a Universidade de Harvard.

As próximas etapas para a implementação da Aguia, considera Bittencourt, é “planejar, em conjunto com as unidades e as bibliotecas, as mudanças pretendidas, trabalhando com planejamento estratégico, indicadores e metas”. O presidente acrescenta que a Aguia deverá trabalhar em colaboração com outras estruturas da Universidade, como o Escritório de Gestão de Indicadores de Desempenho Acadêmicos (Egida).


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