O grupo Estudos de Gênero, Educação e Cultura Sexual da Faculdade de Educação (FE) da USP e a Associação Brasileira de Estudos da Trans-Homocultura (Abeth) promovem o Encontro de Pesquisadories LGBTQIA+ e Aliades de São Paulo. O evento acontece no dia 19 abril na FE e marca a retomada de pesquisas no campo de estudos de gênero e sexualidade que partem da experiência própria de identidades dissidentes. Na faculdade serão apresentadas pesquisas na área da educação, saúde, segurança, pedagogia, direito, linguagem e urbanismo, entre outros temas. Para participar, é necessário se inscrever neste formulário.
“O evento é parte de um programa chamado Abeth na Pista em que a gente faz parceria com grupos de pesquisa locais para discutir os rumos da pesquisa LGBTQIA+. Sobrevivemos a quatro anos de ataques sistemáticos aos estudos de gênero, às políticas para mulheres e pessoas LGBTQIA+, e a Universidade, em especial, foi um lugar de ataque conservador e reacionário. O governo passado chegou até a produzir listas de monitoramento com nomes de pesquisadoras e pesquisadores”, destaca Alexandre Bortolini, presidente da Abeth e pesquisador da FE. Alexandre é um dos pós-doutorandos negros selecionados pelo edital da Pró-Reitoria de Inclusão e Pertencimento (Prip) da USP.
O encontro contará com uma mesa de discussão intitulada Os desafios da pesquisa em gênero e sexualidade no Brasil de hoje, às 9h30. Entre os convidados estão a educadora e professora da USP Denise Carreira, o advogado e professor da Unifesp Renan Quinalha, a tradutora e pesquisadora Hailey Kaas, o pesquisador e antropólogo Bruno Nzinga Ribeiro e o pesquisador e diretor do Instituto Matizes Lucas Bulgarelli. Durante o evento, também serão lançados dois livros: É pra Falar de Gênero SIM!, de Alexandre Bortolini, e Mágicas Dores Mínimas, de R. Trevizano dos Santos-Anjos.
A partir das 14 horas, serão formados grupos de discussão autogestionados distribuídos por salas, com apresentação de cerca de 30 pesquisas na área.
Estudos de gênero
Desde 1994, a FE desenvolve e orienta pesquisas que articulam relações de gênero, diversidade sexual e a educação formal, por meio do grupo Estudos de Gênero, Educação e Cultura Sexual (Edges). O grupo já formou mais de 70 mestres e 40 doutores na área da Sociologia da Educação. Em parceria com a Fundação Carlos Chagas, o Edges promoveu o curso Diálogos de Gênero na Educação Básica, voltado a professores do ensino fundamental e médio, discutindo sobre como ideais de gênero interferem no cotidiano escolar. Em 2020, lançaram o livro Gênero e Educação: Vinte Anos Construindo Conhecimento (Autêntica).
“No livro, a gente tem aspectos teóricos, os grandes temas. Ele representa uma parte significativa do que já fizemos, das contribuições daqueles e daquelas que conviveram conosco e ainda mantêm vínculo com as atividades do Edges, ao lado das novas gerações, que estão em processo de formação”, conta Cláudia Vianna, coordenadora do grupo junto de Marília Carvalho. “Temos uma formação multidisciplinar das integrantes do grupo com ênfase na sociologia da educação, o que permite uma intersecção de diversas áreas do conhecimento”. A partir de intersecções de gênero, sexualidade, política educacional e cotidiano escolar o grupo faz análises sobre desigualdades, socialização e práticas escolares e os desafios da educação brasileira.
Encontro de Pesquisadories LGBTQIA+ e Aliades de São Paulo
Dia 19/4, das 9 às 18 horas
Na Faculdade de Educação da USP:
Av. da Universidade, 308 – Butantã, São Paulo
Inscrições pelo formulário neste link
Programação completa em: www.abeth.com.br