Nesta quarta-feira (7), às 14h30, num evento on-line no canal do YouTube da Sociedade Brasileira de Atividade Física (SBAFS), acontecerá a divulgação do Guia de Atividade Física para a População Brasileira. “O guia é extremamente importante para embasar políticas e ações públicas de promoção de atividade física e incentivar a população a se exercitar, para que todos sejam ativos fisicamente no dia a dia e, portanto, mais saudáveis”, afirma Alex Florindo, pesquisador da USP e um dos cerca de 70 cientistas que desenvolveram o guia. A publicação é coordenada pelo epidemiologista Pedro Hallal, da Universidade Federal de Pelotas (UFPel), e foi financiada pelo Ministério da Saúde, que lançou o documento há uma semana, em evento sem a presença dos pesquisadores.
O comitê científico do projeto, junto da Sociedade Brasileira de Atividade Física e Saúde (SBAFS), divulgará os conteúdos desenvolvidos no guia, que é considerado um marco histórico na área de políticas públicas para a promoção da saúde: o primeiro a visar a promoção da atividade física no Brasil. O encontro virtual contará ainda com uma hora de coletiva de imprensa em seguida, às 16 horas, na plataforma Zoom.
Além de Hallal e Fernando Siqueira, da UFPel , entre os convidados estão: Christianne Ravagnani, da Universidade Federal do Mato Grosso do Sul (UFMS); Paulo Sergio Gomes, da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ); Mauro de Barros, da Universidade de Pernambuco (UPE); Kelly Samara da Silva, da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC); Samuel Dumith, da Universidade Federal do Rio Grande – Campus Carreiros (FUGR); Leandro Garcia, da Queen’s University Belfast (Reino Unido) e Grégore Iven Mielke, da Universidade de Queensland (Austrália).
“Nós sabemos que hoje a atividade física é uma das principais variáveis de promoção da saúde, qualidade de vida e prevenção de doenças”, afirma Florindo. A prática regular dessas atividades está relacionada ao combate de doenças como câncer, diabete e obesidade, o que contribui para a saúde da população. Segundo Florindo, estudos epidemiológicos recentes descrevem o efeito dessa prática na prevenção de casos graves de covid-19, afirmando a importância da área na saúde pública. Isso envolve orientações em nível governamental e populacional para incentivar a população à prática de atividades físicas, embasamento de políticas públicas para essa promoção e orientação aos profissionais da área.
De acordo com Florindo, em relação a projetos na área, esse pode ser considerado um dos maiores no mundo, devido à diversidade e quantidade de pesquisadores de todo o Brasil envolvidos. A comissão científica contou com seis especialistas, representantes de cada região do Brasil, além de técnicos do Ministério da Saúde e da Organização Pan-Americana de Saúde (Opas) e outros profissionais experientes na área, que utilizaram as evidências científicas mais atuais para a construção do documento de 50 páginas, de forma simples, direta e atrativa ao público.
Os pesquisadores desenvolveram durante dois anos trabalhos voltados para as melhores orientações físicas em cada ciclo da vida; crianças, até 5 anos; jovens, entre 6 e 17 anos; adultos, 18 anos ou mais; e idosos, 60 anos ou mais. Entre as categorias que compõem os oito capítulos do documento que serão discutidos na apresentação, também foram abordadas a educação física escolar e a atividade física para gestantes e para pessoas portadoras de deficiência. Para crianças no primeiro ano de vida, a recomendação é que fiquem pelo menos 1 hora por dia de bruços. Já para as mais crescidas, de 1 a 5 anos, a recomendação é que sejam praticadas pelo menos 3 horas por dia de atividade física. Para jovens, a recomendação é de pelo menos 1 hora por dia de atividade física. Os adultos, idosos e gestantes receberam a recomendação de pelo menos 150 minutos de atividade por semana. As recomendações de cada faixa etária também se aplicam para pessoas com deficiência.
A vida ativa e o sedentarismo são multifatoriais, isto é, envolvem uma gama de fatores, que são abordados no documento. Florindo explica que existem fatores mais próximos às pessoas, como autoeficácia, apoio social, cultural, e fatores externos, como ambiental, social e político. “O guia visa a trabalhar com essa amplitude de questões que podem estar relacionadas com a promoção da atividade física, para que contribua para a saúde da população”, completa.
Segundo informações do evento, o guia tem enorme potencial de orientar políticas públicas, incentivar a população em geral e contribuir na atuação dos diversos profissionais da área da saúde na próxima década, ao passo que traz recomendações para toda a população brasileira de como adotar um estilo de vida ativo, além de apresentar sugestões para gestores públicos sobre como incorporar a promoção de atividade física como uma política eficaz de promoção da saúde do curto ao longo prazo.
O Ministério da Saúde distribuirá 74 mil exemplares do guia para Secretarias Estaduais e Municipais de saúde e enviará o documento para profissionais e usuários do Programa Academia da Saúde, Centros de Reabilitação com foco na atenção às pessoas com deficiência visual, ministérios e órgãos governamentais. Em formato digital, o guia está disponível em português, inglês, espanhol, audiobook — democratizando o acesso a estrangeiros e refugiados que residem no Brasil que usam o Sistema Único de Saúde (SUS) — e em versão para gestores e profissionais da saúde.
A apresentação científica do guia acontecerá às 14h30 no canal do YouTube da Sociedade Brasileira de Atividade Física, disponível neste link.
Em seguida, às 16 horas, haverá uma coletiva de imprensa na plataforma Zoom, neste link.