A inteligência artificial (IA) não é uma novidade desta década mas, com toda certeza, tem sido cada vez mais comum ouvirmos falar dela no nosso dia a dia. A IA começou a ser utilizada nas universidades e centros de pesquisa para o estudo e análise de modelos matemáticos, mas hoje podemos dizer que ela saiu dos laboratórios dos “nerds” para as empresas, corporações, serviços de entrega e para a palma da nossa mão, nos smartphones. Na área de energia não é diferente.
O NCAR, um centro de pesquisas americano, desenvolveu uma IA que permite avaliar e prever a capacidade de geração de energia nos parques eólicos do Estado do Colorado, nos Estados Unidos. A partir dos dados históricos de geração de imagens meteorológicas de estações e satélites, é possível fazer uma previsão da geração de energia eólica com 36 horas de antecedência, o que permite à operadora de energia elétrica fazer um melhor gerenciamento dos seus contratos de compra e de venda de energia, melhorando a infraestrutura de backup e diminuindo os custos de operação.
Outra tecnologia com IA que tem melhorado a eficiência e confiabilidade de grandes empresas é a digital twin, em português “gêmeo digital”. Esta tecnologia combina inteligência artificial, realidade aumentada, big data e computação avançada, para gerar um gêmeo virtual de uma planta fabril real. Assim, a planta virtual é alimentada com informações em tempo real extraídas da planta real, possibilitando o monitoramento, a previsão de erros e melhoria dos processos industriais. No Brasil, esta tecnologia é utilizada pela Petrobras, que criou um gêmeo digital da plataforma P-50 e, assim, monitora a operação da plataforma a distância e virtualmente. A Vale também utiliza a tecnologia do gêmeo digital para realizar a prevenção e monitoramento da corrosão de suas plantas fabris.
A IA também tem desempenhado um papel muito importante para a sustentabilidade, e vai impactar fortemente as ações ambientais para os próximos anos. De acordo com um relatório chamado Como a IA pode possibilitar um futuro sustentável, encomendado pela Microsoft, essa tecnologia poderá contribuir com US$ 5,2 trilhões na economia mundial, reduzir gases de efeito estufa em até 4%, além de criar 38,2 milhões de novos empregos ao redor do mundo até 2030.
A Série Energia tem apresentação do professor Fernando de Lima Caneppele (FZEA), que produziu este episódio com Danilo Pazian Paulo, professor do IFSP e doutorando em Engenharia Agrícola na FZEA. A coprodução é de Ferraz Junior e a edição da Rádio USP Ribeirão. Você pode sintonizar a Rádio USP Ribeirão Preto em FM 107,9, pela internet em www.jornal.usp.br ou pelo aplicativo no celular para Android e iOS.