O governo do Japão autorizou testes para a “confecção” de órgãos humanos em animais. Agora, é permitido que o resultado desses testes, chamados de quimeras, fique vivo por mais de 14 dias. Esse era o tempo limite autorizado anteriormente.
A técnica consiste em implantar células-tronco humanas em embriões de animais que apresentam algum tipo de modificação. Por exemplo: um camundongo, que não seria capaz de formar um fígado naturalmente, teria as células-tronco humanas implantadas nele. Assim, essas células-tronco formariam um fígado, que seria, então, geneticamente humano. As células-tronco usadas no teste japonês são chamadas de iPS.
Os cientistas japoneses acreditam que essa técnica será útil, no futuro, para ajudar na demanda das filas de transplante. A professora do Instituto de Biociências (IB) da USP, Lygia da Veiga Pereira, pondera essa afirmação. Ela acredita que somente daqui a 15 anos é que a técnica da quimera poderá ser, de fato, utilizada nos transplantes de órgãos humanos.
A especialista também levanta algumas questões éticas sobre os resultados desse teste. Eticistas colocam como duvidosa a natureza humana dos órgãos fabricados pela técnica e, também, dizem ser perigosa a possibilidade de as células-tronco humanas gerarem outros tipos de células, como neurais e sexuais.
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