Em pouco mais de uma semana, acontecerá o primeiro turno das eleições municipais em São Paulo e uma das questões importantes a serem vistas pelos candidatos à Prefeitura de São Paulo é mobilidade urbana. No Jornal da USP no Ar de hoje (6), o professor Mauro Zilbovicius, do Departamento de Engenharia de Produção da Escola Politécnica (Poli) da USP, compartilha que a revisão de contratos e mais corredores de ônibus estão entre as principais formas de melhorar o transporte público na cidade.
Para Zilbovicius, o transporte por ônibus deve ser priorizado, já que a mobilidade afeta todo mundo na cidade. “Tem muita gente que, por exemplo, não tem relação com o sistema público de educação ou de saúde, mas, quando se trata da mobilidade urbana, todo mundo usa. De alguma maneira, todo mundo disputa espaço e tempo para se deslocar na cidade.” Isso significa mais corredores de ônibus em um modelo parecido com o “Metrô de superfície”, como explica o professor: “Eu sempre digo que o corredor é uma solução que deveria ser como o Metrô de superfície, o que significa que não pode ter congestionamento no corredor. O corredor não pode ter uma quantidade de ônibus que forme uma fila nos pontos de parada e para isso você tem que ter menos linhas, com mais ônibus.”
Para agilizar a operação nos corredores, o professor cita que o pagamento da tarifa não deve ser feito no ônibus, mas sim nos pontos de parada, de forma a aproveitar o tempo de espera pelo transporte. Outro ponto importante é que a operação dos semáforos priorize a passagem de ônibus. “É tecnicamente e tecnologicamente possível fazer com que o semáforo perceba, através de um sensor, a aproximação do ônibus e interfira no ciclo de programação do semáforo para abrir o mais rápido possível para a passagem do ônibus. Isso não tem em São Paulo e é uma coisa muito fácil de fazer hoje em dia.”
Com relação à operação do sistema de ônibus na cidade, Zilbovicius compartilha que falta integração entre as duas empresas públicas responsáveis por controlar e organizar o sistema, a SPTrans e a CET. Além disso, a maneira de remunerar as empresas pelo serviço prestado no transporte interfere negativamente na melhoria do sistema, já que a remuneração acontece a partir da produtividade, que eles consideram como mais pessoas por quilômetro. “O contrato permite uma espécie de prêmio para as empresas que conseguirem lotar os ônibus.”
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