Na última semana, a Organização Mundial da Saúde (OMS) convocou uma reunião com cerca de 400 especialistas e cientistas de todo o mundo em Genebra, na Suíça. A ideia era debater como a pesquisa pode ser uma grande aliada no combate ao novo coronavírus, que, na ocasião, recebeu o nome de covid-19, com definição de prioridades para uma agenda de pesquisa global. Participaram do encontro a diretora da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), Nísia Trindade Lima; a professora da Escola de Enfermagem (EE) da USP, Maria Clara Padoveze; e a professora Anna Sara Levin, do Departamento de Doenças Infecciosas e Parasitárias da Faculdade de Medicina (FM) da USP, que concedeu entrevista ao Jornal da USP no Ar.
“O primeiro objetivo do encontro era tentar conter a epidemia. O segundo, discutir, a médio prazo, como trabalhar [com pesquisas] para que essa e futuras epidemias tivessem drogas e vacinas para tratamento”, explicou Anna Sara Levin. Para isso, foram organizados nove grupos temáticos responsáveis por discutir temas como a contaminação entre animais e humanos; as medidas que estão funcionando na China; a existência de drogas que já poderiam estar sendo testadas e de novas drogas em desenvolvimento; o manejo clínico de casos graves, entre outros. “Fizemos subgrupos e cada um deles elencou as grandes questões para responder e controlar a doença.”
Até agora, já se sabe que originalmente o coronavírus está presente em animais e veio de morcegos, apesar de que pesquisadores ainda estão em busca de uma comprovação do hospedeiro. Diante disso, a professora expõe questionamentos importantes, por exemplo: como a covid-19 chega nas pessoas? Se o ser humano não é o hospedeiro ideal, o que aconteceu com o vírus para ser transmitido de humano para humano? Onde aconteceu a mutação no vírus que causou isso?
“Agora é imprevisível se esse vírus vai conseguir se transmitir entre pessoas em grande disseminação ou se vai parar, como em outras epidemias de coronavírus (Sars e Mers)”, esclarece a médica. Anna Sara explica que a maioria das pessoas vai ter um resfriado, alguns terão casos mais graves que levem à morte, geralmente idosos ou pessoas que têm alguma doença de base.
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