João Goulart, José Sarney, Itamar Franco e o atual presidente, Michel Temer, têm algo em comum nas últimas décadas de República no Brasil: assumiram o poder após serem eleitos como vices.
De fato, o professor da USP José Álvaro Moisés confirma que “a figura do vice é muito importante”. Ele explica que isso se deve ao sistema presidencialista em vigor, no qual, diferentemente do parlamentarismo, “não se pude mudar um governo rapidamente, seja por deficiências ou, por exemplo, por situações em que o presidente sofra um acidente, morra ou sofra impedimento”.
“O vice está sempre numa perspectiva de poder”, acrescenta Gaudêncio Torquato, da Escola de Comunicações e Artes, ressaltando que, no “quadro de hoje”, o cargo se justifica politicamente. “O vice precisa ser realmente alguém de muita confiança ou indicado por uma pletora de partidos políticos.”
Já no caso dos suplentes de senadores, a opinião de Torquato é de que se trata de “figuras que são inadmissíveis” por não receberem votos diretamente. O cientista político Álvaro Moisés critica o fato de o “candidato a senador poder indicar 2 suplentes que ninguém sabe muito bem quem são”.