A indefinição quanto ao nome que assumirá a embaixada do Brasil nos Estados Unidos vai muito além da escolha de Eduardo Bolsonaro ou não. Trata-se de uma indefinição quanto à própria política externa brasileira. É isso o que pensa Pedro Dallari em sua coluna desta semana. “Há um impasse porque o Senado, que deve referendar a indicação, demonstra não querer aceitar a indicação de Eduardo Bolsonaro pelo que isso pode representar para a política externa brasileira, que há décadas tem uma tradição na defesa de valores como o multilateralismo e a solução política de conflitos. Este governo claramente quer reverter essa tradição”, afirma Dallari.
“Recentemente, esta postura ficou clara com a decisão da Fundação Alexandre de Gusmão, ligada ao Ministério das Relações Exteriores, de censurar o prefácio escrito pelo embaixador Rubens Ricupero em um livro sobre o diplomata Alexandre de Gusmão. Quando a fundação soube quem escreveria o prefácio, vetou a publicação da obra. Isso, porque o embaixador Rubens Ricupero tem se posicionado contra a postura de política externa brasileira”, diz o colunista. “Há, assim, um impasse entre o que o governo e seu Ministério das Relações Exteriores defendem para a política externa do País e aquilo que é a tradição brasileira e é a vontade da sociedade brasileira.”
Ouça no link acima a íntegra da coluna Globalização e Cidadania.
Globalização e Cidadania
A coluna Globalização e Cidadania, com o professor Pedro Dallari, vai ao ar quinzenalmente, quarta-feira às 8h, na Rádio USP (São Paulo 93,7; Ribeirão Preto 107,9) e também no Youtube, com produção da Rádio USP, Jornal da USP e TV USP.
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