Os comportamentos, atitudes, escolhas, formas de pensar diferenciam as mulheres dos homens. Essa eterna competição tem criado uma nova geração de mulheres executivas, bem-sucedidas na família e na carreira ou frustradas com o resultado que vêm alcançando.
A mulher é mãe, filha, esposa, nora, profissional, motorista, educadora, amante – e ainda uma profissional com desejos, sonhos, vontades suprimidas pelo seu contexto social.
Um verdadeiro vulcão em erupção, exige ser perfeita em tudo. E não é à toa, pois a mulher está se aprimorando cada vez mais em sua carreira, buscando conciliar vida profissional e vida pessoal. Conquista dia a dia seu espaço, com muita competência.
O desemprego tem atingido mais as mulheres, conforme dados da Organização Internacional do Trabalho (OIT), com base nos microdados da PNAD 2001. A taxa está em 11,7%, 31% superior à dos homens (7,4%).
Um levantamento do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) mostra a real diferença entre homens e mulheres no mercado de trabalho em um período de dez anos – e as condições para as mulheres não melhoraram muita coisa: em 2005, as mulheres trabalhavam 6,9 horas a mais por semana do que os homens, enquanto em 2015 esta diferença passou para 7,5 horas semanais.
Segundo o Jornal da USP, apenas uma vez uma mulher assumiu a Reitoria da USP e ainda são minoria entre seus principais dirigentes – atualmente, não ocupam nem um quinto dos cargos da gestão atual, reflexo de um cenário nacional em que estão em apenas 21,7% dos postos mais altos no setor público. Dentro da comunidade universitária, elas são muitas. Em 2014, as mulheres eram quase metade dos alunos (45.819) e do quadro de funcionários administrativos (8.399) e quase 40% (2.312) do corpo docente – ainda que este número caia para apenas 15,4% quando se trata de cargos como professoras titulares, e que a representatividade caia ainda mais, ou se reduza a zero, quando se trata de mulheres negras ou trans.
Esse é apenas um dos sintomas da desigualdade de gênero na Universidade. Mas para falar sobre A mulher no século 21, o Diálogos na USP recebeu a cientista política Beatriz Rodrigues Sanchez, coordenadora do Grupo de Estudos de Gênero e Política da Universidade de São Paulo, e a médica infectologista do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da USP, Ivete Boulos, coordenadora do Navis (Núcleo de Atendimento a Vítimas de Violência Sexual) do Hospital das Clínicas.
Esta edição do programa Diálogos na USP teve apresentação de Marcello Rollemberg, produção de Sandra Capomaccio e trabalhos técnicos de Marcio Ortiz.