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A jardinagem se tornou um hobby para muitos brasileiros durante a pandemia. As plantas passaram a preencher os lares e tornar o ambiente aconchegante durante o distanciamento social. O mercado de flores tinha expectativa de queda no início da pandemia por conta da suspensão de eventos, mas, devido a diferentes estratégias de vendas adotadas pelos produtores, como delivery e e-commerce, e a popularização das flores como decoração, o setor registrou alta no final de 2020. Segundo o Instituto Brasileiro de Floricultura (Ibraflor), alguns produtores registraram aumento de até 20% nos negócios e a expectativa é que o setor cresça até 5% em 2021.
O professor Paulo Hercílio Viegas Rodrigues, do Departamento de Produção Vegetal da Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz (Esalq) da USP e pesquisador do Centro de Energia Nuclear na Agricultura (Cena) da USP, explica que, no início da pandemia, o consumo de flores ficou em segundo plano por ser considerado supérfluo, mas após campanhas intensas dos produtores, o mercado se aqueceu e as pessoas passaram a desejar ter flores em casa, visando a amenizar o dia a dia. “O Ibraflor fez uma campanha muito interessante e acalmou o mercado. Foi quando você notou que as pessoas começaram a consumir novamente as flores. Nós estamos numa situação de pandemia, mas por que não consumir flores? Por que não trazer o verde para casa?”
De acordo com o professor, apesar do crescimento observado no mercado de flores em 2020, essa não é a realidade de todos os produtos. Ao passo que as flores envasadas e as verdes tiveram incremento nas vendas, o mercado de flores de corte ficou em baixa. “O lado negativo foram as plantas de corte, enquanto o mercado de vasos, como orquídeas, bromélias, crisântemos, todas envasadas com flor, tiveram um incremento, assim como as verdes, os cactos e as suculentas. As de corte, infelizmente, tiveram a restrição de eventos e isso prejudicou.”
O hobby da jardinagem e a busca por plantas para decoração foram fatores responsáveis pelo crescimento do mercado de flores em 2020. A psicóloga Leila Tardivo, do Departamento de Psicologia Clínica do Instituto de Psicologia da USP, explica que um ambiente agradável é capaz de melhorar o astral, principalmente em um momento tão atípico quanto o da pandemia: “Sem dúvida nenhuma, um ambiente com plantas, bonito, agradável, faz com que a permanência fique melhor. Agora, de repente, tem gente que prefere encher de livros seu escritório, fica feliz com isso e não precisa ter uma planta, ou pode haver um equilíbrio. O ficar em casa fez com que as pessoas quisessem deixar a casa mais arrumada, mais bonita e tornar o ambiente mais agradável. Estar num lugar onde se sente bem é superimportante”.
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