Liberado desde o dia 18 de março, o uso de máscaras de proteção contra a covid-19 deixa de ser obrigatório no Estado de São Paulo, tanto para ambientes abertos – que já tinham sido liberadas, no dia 9 – como para locais fechados. Mas é importante lembrar que o uso ainda é necessário para o acesso ao transporte público – como trens, Metrô, ônibus e suas respectivas plataformas -, além de carros de aplicativos e táxis na cidade de São Paulo.
A obrigatoriedade também vale para ambientes de saúde como hospitais, ambulatórios, consultórios, postos de atendimento públicos e particulares.
São Paulo se une a outras cidades e Estados, que já anunciaram o fim do uso obrigatório da proteção. A desobrigação ocorre por conta da melhoria dos indicadores epidemiológicos e da queda de internações em leitos de UTI e enfermaria.
O professor Gonzalo Vecina Neto, médico sanitarista do Departamento de Política e Gestão em Saúde da Faculdade de Saúde Pública (FSP) da USP, explica que, depois de 22 meses com o uso de máscaras cirúrgicas, muitas pessoas estão cansadas. E orienta que, “apesar da flexibilização, alguns grupos ainda deveriam usar máscaras, como idosos, obesos mórbidos e pessoas com comorbidades”, avalia o especialista.
Dose de reforço
O uso de máscara ainda será opcional no comércio e em escolas. No caso das escolas, a máscara está liberada apenas no recreio em pátios abertos. Dentro da sala de aula ainda continua obrigatório.
Com a vacinação mais avançada do País, o Estado de São Paulo já imunizou com o esquema completo quase 90% da população com mais de 5 anos. A taxa de internações em leitos de UTI, está em torno de 37% em todo o Estado. O médico sanitarista, alerta que ainda é preciso aumentar a imunização, principalmente a dose de reforço. Vale lembrar que 59 milhões de brasileiros ainda não tomaram a dose de reforço.
O Brasil ainda continua registrando um número alto de óbitos, mais de 300 ao dia, por isso o professor Gonzalo Vecina diz que a meta agora é buscar remédios para combater a covid-19, assim como ocorreu com a vacina. “Os gestores devem sair atrás de remédios, que já existem, para serem usados no tratamento de pacientes que vierem a ter a doença. Essas pessoas podem ser beneficiadas com o tratamento precoce, destinado a paciente com comorbidades, para reduzir a mortalidade em pacientes fragilizados, conclui Vecina Neto.
Apesar de as máscaras terem durado 1 ano, 10 meses e 10 dias, o diretor-geral da Organização Mundial da Saúde, Tedros Adhanom, diz – quase dois anos depois de decretar a gravidade da crise sanitária causada pela covid-19 – que a pandemia está longe de acabar.
Agentes infecciosos
O infectologista do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina (FM) da USP, Álvaro Furtado Costa, ressalta também que a máscara, além de proteger contra a covid, ajuda a impedir outros agentes infecciosos de causar doenças respiratórias. “Então, temos de lembrar que a máscara ainda é uma estratégia muito relevante para a proteção”, o que é um bom hábito deixado pela pandemia. Ouça a entrevista no player abaixo:
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