Em sua última coluna do ano, a professora Marília Fiorillo cita o caso pitoresco que vem ocorrendo no aeroporto de Gatwick, na Inglaterra, onde, desde quarta-feira (19), nenhum avião pousa ou decola, deixando milhares de passageiros encalhados e à beira de um ataque de nervos. Os voos destinados para aquele local têm sido desviados para outros aeroportos, inclusive em outros países. As filas, enquanto isso, só aumentam, pois de lá ninguém embarca. E o pior é que não há previsão de volta à normalidade.
Que não se fale em terrorismo, pois aqui o que conta é a lógica do mercado, regulado pela “mão invisível” da livre concorrência. Ou seja, a “mão invisível” e malandra de algum criativo livre empreendedor. “Ele, ou eles, está enviando drones para sobrevoar o aeroporto, justo na época do Natal, em que todo mundo viaja.” A brincadeira é perigosa, pois sempre existe o risco de uma colisão entre um drone e um avião, o que pode significar a queda da aeronave. Sem saber bem o que fazer, as autoridades inglesas estão em busca de uma solução para o problema, mas tudo parece se resumir a localizar e capturar o malandro, “que inclusive pode nem ter registrado a sua engenhoca voadora. Eis a tecnologia de ponta a serviço de velhos golpes”, sentencia a colunista.
Para ela, o episódio no segundo maior aeroporto da Inglaterra é mais uma façanha de que só o mercado e sua mão invisível podem se orgulhar, isto é, “gerar a baixíssimo custo a maximização dos resultados: dois pequenos drones criando um gigantesco caos”.