A dermatite atópica é uma doença não contagiosa que causa inflamação da pele, levando ao aparecimento de lesões, coceiras intensas, além de deixar a pele extremamente seca e descamativa. A combinação desses fatores modifica diversos aspectos na vida da pessoa com dermatite, seja na escolha da roupa, noite de sono — prejudicada por causa da coceira intensa — e até nas relações sociais, o que gera impactos negativos na qualidade de vida dos pacientes.
Para a alergista e professora da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto (FMRP) da USP, Luisa Karla de Paula Arruda, essas alterações podem contribuir para o aparecimento de outros problemas, inicialmente não relacionados à doença. Noites mal dormidas, por exemplo, causam cansaço, desatenção, irritabilidade e outras alterações de humor. Por causa das feridas visíveis, essas pessoas também são vítimas de discriminação, tendo problemas para se relacionar, e com a autoestima.
Karla explica que quanto mais grave o quadro da doença mais intensos são esses sintomas, por isso é necessário realizar o tratamento correto, analisando cada caso de forma individual. O tratamento vai “tentar diminuir a intensidade e frequência dos sintomas, e isso, consequentemente, vai levar à melhora desses aspectos emocionais que são tão importantes na vida do paciente com dermatite atópica”, afirma a alergista.
Rede de apoio
Já a doutora em psicobiologia pela Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras de Ribeirão Preto (FFCLRP) da USP, Maria Fernanda Laus, destaca o acolhimento e a rede de apoio (família, amigos e colegas de trabalho) como importantes suportes para amenizar os impactos da doença na saúde mental. “É importante que o paciente tenha uma rede de apoio com familiares, amigos, colegas de trabalho e outras pessoas significativas que proporcionem um ambiente acolhedor, que evitem conversas sobre corpos e aparência física, que deem suporte emocional e social para que o paciente tenha a sensação de pertencimento.”
Apesar da rede de apoio ser necessária, o cuidado com o especialista deve ser priorizado. Procurar um alergista ou dermatologista para o tratamento da dermatite atópica e um psicólogo para a saúde mental garante um tratamento otimizado. “Hoje nós temos várias estratégias de tratamento. Dessa forma, nós conseguimos trazer para o paciente com dermatite atópica uma vida normal, seu bem-estar, sua qualidade de vida e perspectiva de sucesso na sua vida profissional e pessoal. Isso tudo é possível para a grande maioria dos pacientes”, conclui Luisa Karla.
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