
Recentemente, acompanhamos a dificuldade que o Brasil enfrentou, junto à China, para garantir a importação dos insumos para as vacinas contra a covid-19. Não se trata de um fato isolado, na verdade, o Brasil é que está isolado diplomaticamente, por causa de alianças erradas, como a feita com o ex-presidente Donald Trump. A política externa brasileira é feita por ideologias. O governo nega a pandemia de coronavírus e faz duras críticas à vacina produzida naquele País, sobre sua confiabilidade e eficácia.
O professor de Direito Internacional, Alberto do Amaral Junior, da Faculdade de Direito da Universidade de São Paulo, colunista da Rádio USP, afirma que “existe uma crise diplomática não só com a China, mas também com outros países”. O professor ressalta as críticas feitas por integrantes do governo brasileiro à China. A pior delas foi feita pelo deputado federal Eduardo Bolsonaro, que também é filho do presidente e presidente da Comissão de Relações Exteriores e Defesa Nacional da Câmara, quando disse que havia a prática de espionagem por meio de sua rede de tecnologia 5G. Pequim acionou o Itamaraty para reclamar da publicação de Eduardo Bolsonaro nas redes sociais, posteriormente apagada por ele.
Para a diplomacia chinesa, o parlamentar “solapou” a relação amistosa entre os países com declarações “infames” e, na época, houve a ameaça de que o Brasil poderia arcar com consequências negativas. O ex-ministro Abraham Weintraub, “fez críticas acerbas e racistas”, provocando a ira do embaixador chinês no Brasil, que respondeu prontamente. A relação do Brasil vem se complicando não só com o país asiático, mas com os principais blocos econômicos mundiais. E, por falar em economia, o governo de Xi Jinping vem financiando projetos agrícolas importantes na África, em regiões que têm um clima e solo parecidos com os do Brasil, para a produção de soja, principal produto importado do País. Já existe inclusive entendimentos também para aumentar a produção da oleaginosa na Rússia e na Ucrânia.
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