Alguns indicadores econômicos revelam uma dinâmica que inspira certo otimismo na retomada do crescimento depois de o País enfrentar a pior recessão de sua história.
A inadimplência, que é a incapacidade do cidadão em pagar suas contas, caiu em setembro 0,89%. Queda tímida, mas que mantém a retração pelo sétimo mês consecutivo. Os dados são do Serviço de Proteção ao Crédito, SPC-Brasil.
Por outro lado, um dos mais importantes setores da atividade industrial, o automobilístico, comemora. Desde março, oito montadoras anunciam investimentos de R$ 15 bilhões em modernização e ampliação das unidades até 2022, um cenário oposto ao acumulado entre 2013 a 2016, quando houve uma queda de 43% na produção de automóveis, caminhões e ônibus, e mais de 35 mil postos de trabalho foram fechados.
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Outros indicadores que animam vêm da Bolsa de Valores, que se valorizou 77% nos últimos seis meses, o risco Brasil, que tem apresentado queda, a taxa de juros, que chega a ser metade do que já foi há pouco tempo, e a inflação sob controle. E, ainda, o número de desempregados, que tem apresentado queda lenta mas contínua.
Alguns empresários acreditam que o pior da economia já passou e que um fato importante para isso é que a atividade econômica se descolou da crise política e começa a caminhar com independência.
O professor Amaury Gremaud, da Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade de Ribeirão Preto (Fearp) da USP, analisou o cenário. Para ele, esse descolamento entre a atividade econômica e a crise política é ilusório.
Ele afirma que a economia começa a sair do fundo do poço porque também encontra um cenário político mais estabilizado, apesar da crise. Outro fator que impulsiona a economia brasileira, segundo o professor, é que as principais economias do mundo estão em expansão, o que ajuda a “puxar” o Brasil, que deve apresentar crescimento do PIB, o Produto Interno Bruto, entre 0,5% e 1% este ano, abaixo dos demais países.
Por Ferraz Junior