A Organização Mundial de Saúde (OMS) alerta que apenas 39% dos bebês brasileiros de até 5 meses de idade são alimentados exclusivamente com leite materno. Segundo José Simon, professor associado do Departamento de Pediatria da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto (FMRP) da USP, o aleitamento materno é uma questão de saúde pública e um direito biologicamente determinado.
O professor critica a publicidade de indústrias lácteas infantis e comenta que algumas empresas chegam a comprar o leite materno em troca de leite artificial para poderem vender o leite materno liofilizado para prematuros. José Simon fala ainda de diversos outros obstáculos para que a amamentação seja uma prática mais difundida no Brasil. O especialista destaca os inúmeros benefícios que o aleitamento adequado pode proporcionar tanto a saúde da criança quanto a da mãe e ressalta que esses benefícios podem gerar grandes retornos financeiros ao país.
Simon ressalta que o Brasil tem a maior rede de bancos de leite do mundo, porém faltam estímulos para a amamentação. O professor defende um tempo maior de licença maternidade e considera absurdo condenar a prática em locais públicos, uma vez que se trata de uma atividade natural do desenvolvimento humano. Quanto aos desafios físicos que a mulher enfrenta ao amamentar, José Simon explica que tudo depende de uma orientação médica adequada. O professor esclarece que, se feito corretamente, entre cinco e dez minutos o bebê consome mais de 90% do leite da mama, desde que ele não durma no peito.
Para mais informações sobre o aleitamento, o professor recomenda o site da Rede Brasileira de Bancos de Leite Humano.
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