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O ano de 2022 apresentou um recorde histórico no Brasil quanto ao número de mortes por dengue. Segundo o último boletim divulgado pela Secretaria de Vigilância em Saúde e Ambiente, foram 1.060 óbitos – a cidade de São Paulo apresentou o maior número de vítimas fatais: 282. A sazonalidade faz com que os casos da moléstia aumentem em alguns períodos, sobretudo no verão, por causa do calor e da umidade.
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Em meio a esse cenário, a Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) aprovou uma nova vacina para prevenção da dengue. O novo medicamento, produzido pelo laboratório japonês Takeda, é composto de quatro diferentes sorotipos do vírus causador da doença. Marcos Boulos, professor sênior da Faculdade de Medicina da USP e assessor de doenças infecciosas e parasitárias da Secretaria de Estado de Saúde de São Paulo, explicou a diferença dessa vacina em relação às já existentes. “Ela atinge um público maior, na faixa etária de quatro a 60 anos, com uma proteção média de 80% contra os quatro sorotipos já existentes.”
Além do laboratório Takeda, o Instituto Butantan também está desenvolvendo sua própria vacina contra a dengue, num processo que vem desde 2009. A professora Sílvia Boscardin, do Departamento de Parasitologia do Instituto de Ciências Biomédicas da USP, diz que essa vacina está em estudos clínicos de fase três e que deverá ter alta eficácia. Diz ainda que os ensaios de fase três estão previstos para serem finalizados em novembro de 2024. De acordo com ela, o registro e a liberação da aplicação da vacina seriam um marco importante no combate à dengue no Brasil.
Vírus atenuado
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Enquanto se espera pela vacina do Butantan, estudos mostram que a vacina produzida pelo laboratório Takeda não apresenta contraindicação quanto às doenças preexistentes e o medicamento deve ser tomado em duas doses, não apresentando efeitos colaterais específicos. Por ser uma vacina de vírus atenuado, é contraindicada para pessoas que fazem uso de imunossupressores, ou seja, indivíduos com doenças autoimunes e que usam medicamentos que baixam a imunidade.
A vacina japonesa é composta de versões atenuadas dos quatro diferentes sorotipos do vírus causador da dengue, vivos e enfraquecidos. Após a aplicação, o sistema imunológico identifica esses sorotipos atenuados como estranhos, para só aí o corpo começar a produção de anticorpos contra eles. Ainda não há uma definição se a vacina será oferecida pelo Sistema Único de Saúde (SUS), já que isso depende de verba e do potencial de pessoas expostas ao vírus no País. Também não há estudos que apontem a troca de tecnologia entre Brasil e Japão.
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