Artigo: Quatro anos de trabalho e 80 anos de conquistas

Artigo do reitor João Grandino Rodas publicado na Revista Espaço Aberto, nº 156, dezembro 2013 – janeiro 2014.

 08/01/2014 - Publicado há 10 anos
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A trajetória trilhada pela Universidade, nos últimos quatro anos, tem sido marcada por intenso trabalho e comprometimento. Iniciamos a gestão proclamando e implantando a era do diálogo, estabelecendo, entre outras coisas, canais diretos de contato e de transparência administrativa, sobretudo na aplicação orçamentária.

Ao assumir a Reitoria, verificamos o quanto estava disponível de orçamentos antigos ainda não despendidos, somamos esse quantum com a projeção dos orçamentos de 2010 até o primeiro mês de 2014, alcançando um total geral. A partir daí, foi feito um planejamento para que nenhuma área ficasse sem investimento nos quatro anos da gestão.

Foi criada uma nova estrutura organizacional, com a implantação das Vice-Reitorias Executivas de Administração e de Relações Internacionais e das Superintendências de Assistência Social, Comunicação, Espaço Físico, Saúde, Segurança, Tecnologia da Informação, Jurídica, Relações Institucionais e Gestão Ambiental.

Os servidores técnico-administrativos foram contemplados com um moderno plano de carreira, baseado no mérito, que os valoriza, além de possibilitar sua permanência na Universidade com crescente motivação. No caso dos docentes, foi implantado o plano horizontal de progressão na carreira, com acréscimo salarial, em níveis, para professor doutor e professor associado. Para juntar os esforços da Universidade em capacitar servidores docentes e não docentes, oferecendo treinamento e educação continuada, foi criada a Escola Técnica e de Gestão da USP.

Para a pesquisa, grande passo foi a destinação de verba orçamentária da própria Universidade para financiar o Programa de Apoio à Pesquisa, que incentivou a criação dos NAPs (Núcleos de Apoio à Pesquisa), fazendo com que a USP fosse pioneira, e até agora a única, entre as universidades brasileiras, no financiamento próprio de pesquisa.

Como incentivo para a cultura e extensão universitária, foram lançados editais nas áreas de Preservação de Acervos e Patrimônio Cultural, Memória USP, Intercâmbio de Atividades de Cultura e Extensão, assim como premiações para melhores atividades em Ciências Humanas e melhoria dos espaços para ensaios e apresentações, contratação de músicos para a Orquestra Sinfônica e compra de instrumentos para os corpos musicais.

Os alunos tiveram aumentados em número e em valor os auxílios de permanência estudantil, tendo-se chegado ao ponto em que todos, os que por razões socioeconômicas necessitem, tenham moradia ou auxílio-moradia, além de benefícios como auxílio-transporte, alimentação e compra de livros. Também foi criado o Programa de Bolsas de Intercâmbio Internacional para Alunos de Graduação, que já ofereceu mais de 1.600 bolsas no exterior, mantidas pelo orçamento da Universidade.

A exemplo das mais importantes universidades mundiais, foi criado programa inédito para galgar novos patamares de internacionalização, o USP Internacional, que objetiva fortalecer a presença da Universidade no exterior.

Falar em desafios e conquistas durante esse período é expressar tudo que a gestão se propôs e concretizou. Tivemos desafios como a implantação de um campus em Santos, hoje com um curso em funcionamento e o projeto para a construção dos edifícios em andamento. Na graduação, nos dedicamos a consolidar o Programa de Inclusão Social (Inclusp), que permite aos alunos oriundos de escolas públicas, dependendo do grupo em que o candidato se inserir, ter até 25% de bônus na pontuação da Fuvest.

Ainda na graduação, para melhorar as condições dos laboratórios, foram desenvolvidos projetos como o Programa de Inovação no Ensino Prático de Graduação e o Programa de Recuperação de Espaços Didáticos, em que foram contempladas não só a recuperação das salas e laboratórios, como a aquisição de equipamentos para apoio às aulas.

As construções e reformas de prédios, bibliotecas físicas e digitais, laboratórios de pesquisa e de ensino foram essenciais para a Universidade, além das obras com vistas à renovação e ampliação da infraestrutura, como o Centro de Difusão Internacional; a ampliação do Auditório Camargo Guarnieri, que passará a abrigar a Orquestra Sinfônica, o Coral e o Cinusp; a Praça dos Museus, com a construção de novos prédios para o Museu de Arqueologia e Etnologia e para o Museu de Zoologia; a construção do Centro de Convenções; a recuperação do prédio da Antiga Reitoria e a conclusão do prédio da Biblioteca Brasiliana Guita e José Mindlin. Também foi concluída a reforma do novo prédio do Museu de Arte Contemporânea (MAC), localizado no Parque do Ibirapuera, em São Paulo.

Atendendo às necessidades de prevenção e proteção universitária, a implantação de moderno sistema de iluminação em todos os campi também é uma realidade.

Foram adquiridas duas embarcações oceanográficas, com o auxílio da Fapesp: o Alpha Crucis e o Alpha Delphini, importantes meios para aumentar a capacidade de pesquisas oceanográficas da Universidade.

Podemos citar também, como parte da modernização da infraestrutura, o aumento e sofisticação da capacidade de gerência de dados, com a implantação do projeto Nuvem USP, que melhora sobremaneira a velocidade de análise de dados, rotina administrativa e pesquisas.

A USP, que está prestes a comemorar seus 80 anos de criação, tem acumulado grandes conquistas ao longo de sua trajetória, pautada pelo pioneirismo e inovação. Nossa instituição representa, hoje, inegável patrimônio cultural e científico da sociedade brasileira. Para tanto, deve ter em mira a excelência, que significa também modernização e o empreendedorismo, aspectos que guiaram nossas ações nestes últimos quatro anos.

João Grandino Rodas, reitor da USP
Professor da Faculdade de Direito

(Artigo publicado na Revista Espaço Aberto, nº 156, dezembro 2013 – janeiro 2014 / Foto: Ernani Coimbra)


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