Embaixadores mostram que a USP é um sonho possível a todos

O objetivo do Programa é reforçar, nas escolas públicas, a ideia de que a Universidade não é nenhum “bicho de sete cabeças”, e incentivos como o Pasusp e os programas de permanência ajudam os que têm poucos recursos, mas muita vontade de vencer na vida.

 08/08/2011 - Publicado há 13 anos
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O objetivo do Programa Embaixadores USP é reforçar, nas escolas públicas, a ideia de que a Universidade não é nenhum “bicho de sete cabeças”, e incentivos como o Pasusp e os programas de permanência ajudam aqueles que têm poucos recursos financeiros, mas muita vontade de vencer na vida

Programa Embaixadores USP, edição 2011: a missão é diminuir a distância entre a Universidade e os alunos da rede pública, incentivando-os a ter a Fuvest como meta

Nesta quarta-feira, dia 3 de agosto, aconteceu o 2º Encontro dos Embaixadores da USP, no auditório Ariosto Mila, da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo (FAU). O evento reuniu os voluntários, docentes da Universidade e alunos do 1º ano provenientes de escolas públicas, que atuarão visitando escolas e desmistificando a ideia de que a USP é uma realidade distante, reservada apenas aos mais abastados.

Mais do que divulgar a excelência da USP, a missão dos embaixadores é despertar nos jovens o interesse em estudar na Universidade e mostrar que todos têm a possibilidade de conquistar uma vaga. Enquanto os estudantes da rede privada são orientados a se prepararem para a Fuvest desde cedo, nas escolas públicas é notória a falta de informação. “Os relatórios produzidos pelos embaixadores do ano passado revelaram que, na maioria das escolas visitadas, os alunos nem sabiam que a USP era pública e gratuita”, afirma a pró-reitora de Graduação, Telma Maria Tenório Zorn.

Para ajudar a reverter essa situação, os embaixadores foram instruídos a divulgar as iniciativas desenvolvidas pela Pró-Reitoria de Graduação com o objetivo de aumentar as chances do aluno da rede pública ingressar e permanecer na Universidade. O principal mote desse ano é a inscrição no Pasusp, um programa especial de bônus direcionado aos alunos de 2º e 3º que frequentaram todo o ensino fundamental e médio em escolas públicas.

Segundo o coordenador do Programa de Avaliação Seriada (Pasusp), Mauro Bertotti, “a maioria desses alunos pertence a famílias com renda de até cinco salários mínimos.” Para os jovens nessa condição, o Programa concede bônus que pode elevar em até 15% a nota final do candidato. O bônus é um incentivo e não compromete a qualidade do corpo discente da Universidade, já que é calculado de acordo com o desempenho do candidato na primeira fase da Fuvest. “A avaliação dos estudantes que entraram com esse empurrãozinho mostra que, embora possam encontrar alguma dificuldade no primeiro ano, logo eles se adaptam e deslancham”, afirma Telma.

A novidade de 2011 é que o Pasusp dedicou uma atenção especial aos alunos do 2º ano. Inscritos como treineiros, eles poderão obter um bônus de até 5%, que será armazenado para ser utilizado no vestibular em que realmente concorrerão a uma carreira. Com essa mudança, espera-se aumentar o número de estudantes do 2º ano interessados em participar como treineiros e incentivá-los a ter a USP como meta. “Isso poderá contribuir também para que esses alunos se dediquem mais aos estudos e cobrem melhor qualidade de suas escolas”, ressalta Bertotti.

Programa de Permanência Estudantil

O Pasusp é uma das ações do Inclusp, programa da USP que visa à ampliação do ingresso de estudantes provenientes de escolas públicas. Para dar continuidade ao apoio oferecido aos alunos de baixa renda, após o ingresso na Universidade, o Programa de Permanência Estudantil fornece benefícios como moradia, auxílio transporte, assistência médica, alimentação subsidiada e bolsas de treinamento científico para que esses alunos tenham condições de se manter durante o curso. “Nossa sociedade ainda é muito injusta e o Programa de Permanência Estudantil permite que os alunos não tenham na barreira econômica, o impeditivo para entrar na USP e continuar seus estudos”, afirma o vice-reitor Hélio Nogueira da Cruz.

Embora a edição de 2011 do Programa dos Embaixadores tenha mais voluntários que o ano passado, a adesão pode ser ainda maior. “Gostaria de ver mais docentes envolvidos nesse trabalho. Muitos ainda nem conhecem a iniciativa”, continua o vice-reitor. “Assim como muitos da minha geração, me sinto grato e em dívida por tudo o que obtive graças ao ensino público de qualidade. Além disso, todos nós que trabalhamos e estudamos na USP somos bolsistas financiados pelos impostos pagos pela população paulista, por isso é uma alegria poder contribuir sempre que surge a oportunidade.”

(Foto: Ernani Coimbra)


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