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As eleições norte-americanas vêm despertando atenção da mídia internacional num momento em que os Estados Unidos parecem flertar com o isolamento, como comenta em sua coluna de hoje (9) o professor Alberto do Amaral. Levado ao protagonismo mundial desde o fim da Segunda Grande Guerra – algo que só se intensificou após o colapso da União Soviética -, o país tornou-se uma potência única no plano internacional, o que se convencionou chamar de unilateralismo americano. “Os Estados Unidos tiveram assim um engajamento profundo nas relações internacionais e hoje um retorno a uma situação de isolamento, que já aconteceu no passado, em algumas oportunidades, significaria verdadeiramente uma catástrofe, porque o país mais poderoso, o país líder nas relações internacionais, o país que tem a capacidade de organizar e manter alianças, estaria abdicando da sua efetiva condição de exercer essa liderança no plano externo”, analisa ele.

No plano político, a posição do Partido Democrático, de Joe Biden, é a de defender o engajamento do país com os seus tradicionais aliados; já a posição do Partido Republicano, de Donald Trump, sustenta o isolamento dos EUA, “a ideia de tornar a América grande novamente. Donald Trump pretende assim voltar as suas atenções para as questões internas, defende o término da guerra na Ucrânia e defende que haja um acordo para que o término da guerra da Ucrânia se realize o mais rapidamente possível”. Segundo o colunista, a consequência do isolamento dos EUA seria a abdicação de um papel de liderança, conceder à China a possibilidade de realizar um projeto alternativo de ordem global e dar muito mais possibilidade para que a Rússia implemente seu projeto de reconstituição do império soviético. Significaria também um risco para a Coreia do Sul, em face das ameaças representadas pela Coreia do Norte, e também para o Japão, pelo mesmo motivo.

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