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Na Galeria Teo, está em exposição peças de mobiliário produzidas pelos alunos do Liceu de Artes e Ofícios, mostra da qual o professor Guilherme Wisnick serviu como curador. Ele lembra em sua coluna da importância do Liceu, uma instituição das mais antigas de São Paulo e que está prestes a comemorar 150 anos neste ano de 2023. Nascido com a intenção de formar mão de obra para a indústria no último quartel do século 19, era ao mesmo tempo escola e fábrica. “No Liceu se produzia, se ensinava conteúdos abrangentes, pensando numa mão de obra de mestres imigrantes que vinham da Itália ou da Espanha e de Portugal, trazendo seus conhecimentos locais e, ao mesmo tempo, a produção desse mobiliário que era inicialmente feito em estilos históricos.” Não tardou para esse mobiliário passar a ter um mercado muito forte em São Paulo.

“Esse éthos do trabalho coletivo é que é uma das questões muito importantes aqui, eu acho que deveria ser retomada hoje como pensamento. Porque, numa época em que começa a se destacar  a noção autoral de design, assim como de arquitetura – no art nouveau isso é muito claro, o desenhista gênio, o criador da sua marca individual – , no Liceu se mantém esse padrão coletivo e anônimo, que são os mestres e aprendizes, aquele projeto que é feito sem assinatura, e o Liceu tem uma excelência do fazer, trabalhava com madeiras nobres, tinha equipamentos da mais alta qualidade, então, era garantia de excelência um móvel produzido lá. E nessa exposição na Galeria Teo a gente dá uma passada sobre esse histórico e dá uma ênfase maior no período moderno, quando, a partir dos anos 1950 e 1960, com a linguagem racionalista, mais econômica, entra também numa fase onde aí a loja, até hoje a galeria, tem um acervo de móveis muito representativo.”

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