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A publicação de imagens de guerra, tiroteios em massa e outros tipos de violência sempre traz questionamentos sobre esse tipo de conteúdo. Em sua coluna Horizontes do Jornalismo, Carlos Eduardo Lins da Silva conta que o assunto voltou à tona porque um professor de uma universidade nos Estados Unidos afirmou que, apesar de nunca ter defendido isso, talvez seja o momento de mostrar imagens das crianças mortas no recente tiroteio em uma escola do país.

Segundo esse professor, essa pode ser uma maneira de fazer com que as pessoas se mobilizem contra a liberação de armas nos EUA. Outro motivo para esse posicionamento são os 50 anos da famosa foto de uma menina vietnamita depois de um ataque aéreo dos EUA durante a guerra do Vietnã. A menina retratada na foto escreveu um artigo em que diz que, durante muito tempo, odiou a foto, mas no final entendeu a intenção do fotógrafo e que é útil publicar esse tipo de fotografia.

Na avaliação de Lins da Silva, entretanto, essa é uma questão difícil. “Há não só a sensibilidade das pessoas que são expostas, mas também a sensibilidade do público que vê esse tipo de imagem.” Segundo ele, o exemplo do holocausto serve para demonstrar que as imagens ajudaram a conscientizar as pessoas. Entretanto, há a possibilidade de banalizar e desmerecer os crimes. “Não se pode, de modo algum, exagerar na exibição desse tipo de imagem. Isso pode ser uma forma de naturalizar a violência”, conclui.

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