
Assista no link abaixo ao vídeo O Cotidiano Romano, da série Estudos Clássicos em Dia, com a professora Renata Senna Garraffoni, da Universidade Federal do Paraná (UFPR).
No Fórum Romano, existem inscrições de abecedários feitas nas partes mais baixas das paredes, à altura das crianças, provavelmente para que elas aprendessem a ler e a escrever. De acordo com especialistas, isso significa que o Fórum – normalmente concebido como um lugar ocupado exclusivamente por adultos – era um espaço frequentado também pelos pequenos. Em outros prédios da antiga capital do Império Romano, há ainda registros feitos por mulheres, o que contraria a ideia de que, em Roma, somente os homens sabiam escrever.
Essas são algumas descobertas proporcionadas pela epigrafia antiga – o estudo das inscrições datadas da Antiguidade e preservadas nas paredes de edifícios e monumentos, entre outros locais -, tema do mais recente vídeo da série Estudos Clássicos em Dia, intitulado O Cotidiano Romano. No vídeo, a professora Renata Senna Garraffoni, do Departamento de História da Universidade Federal do Paraná (UFPR), aborda a importância das inscrições e grafites antigos para a compreensão do dia a dia de uma das maiores civilizações surgidas na história. A série é produzida pela Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas (FFLCH) da USP.

Segundo a professora Renata, as inscrições romanas antigas – das quais mais de 11 mil estão publicadas – são principalmente de dois tipos: os grafites, feitos com estiletes por pessoas comuns, e as pinturas, normalmente obras de profissionais. Elas se referem a uma grande variedade de temas, que vão desde piadas, xingamentos e declarações de amor até poesias, anúncios de lutas e mensagens de cunho sexual. Por vezes, as inscrições são assinadas. “Temos um grafite muito famoso, do gladiador Quelados, que diz ser ‘o suspiro de todas as mulheres'”, informa Renata.
A professora cita dois locais privilegiados para o estudo das inscrições romanas: a cidade de Pompeia – atingida pelas lavas do monte Vesúvio, em 79 depois de Cristo, que preservou boa parte das construções do local – e as catacumbas de Roma. “Elas são muito importantes para conhecer o cotidiano de pessoas comuns, uma abordagem bem diferente do que estamos acostumados a ouvir.”
Assista no link acima ao vídeo O Cotidiano Romano, da série Estudos Clássicos em Dia, com a professora Renata Senna Garraffoni, da Universidade Federal do Paraná (UFPR).