Maior inquérito de saúde do Brasil monitora doenças crônicas

Rafael Claro explica que o projeto Vigitel surgiu na USP e começou a ser usado pelo Ministério da Saúde a partir de 2006

 25/03/2020 - Publicado há 4 anos
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É complicado imaginar como um inquérito pode alcançar todos os Estados do Brasil. Com mais de 200 milhões de habitantes, essa tarefa é árdua e demanda um esforço conjunto dos grupos envolvidos, e o Vigitel é exatamente isso: uma pesquisa em questionário que une Ministério da Saúde, Universidade de São Paulo (USP) e Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG).

O objetivo do Vigitel é monitorar a prevalência/distribuição de doenças crônicas no Brasil e que envolvam fatores de risco comportamentais. Por serem comportamentais, eles podem ser mudados de acordo com políticas públicas. No entanto, para o governo conseguir, de fato, ajudar a população, uma pesquisa reunindo diversas perguntas relacionadas à rotina do povo brasileiro é necessária e, de acordo com Rafael Moreira Claro, pesquisador do Núcleo de Pesquisas Epidemiológicas em Nutrição e Saúde (Nupens) da Faculdade de Saúde Pública da USP, a dificuldade mora exatamente nessa questão: como incluir o maior número de pessoas em um país continental como o Brasil?

Por isso, a partir de 2006, o governo começou a utilizar inquéritos telefônicos para cobrir as capitais dos 26 Estados brasileiros e o Distrito Federal. Entretanto, de acordo com Claro, foi em 2002 que o projeto foi iniciado, mais especificamente no Nupens/USP. O trabalho envolveu, em seu primeiro ano, um piloto que foi utilizado apenas na cidade de São Paulo.

As entrevistas telefônicas alcançam uma média de 54 mil pessoas, sendo necessário ter uma linha de telefone fixo e ser adulto. A duração média para responder de forma completa o questionário é de 12 minutos, podendo ser mais ou menos, dependendo da forma que o entrevistado responde as perguntas. Os indicadores buscados envolvem assuntos como: obesidade, diabete, certos tipos de câncer, tabagismo, consumo de bebidas alcoólicas, entre outros fatores.

O pesquisador comenta que a pesquisa deste ano (Vigitel 2020) já começou e o objetivo é se encerrar ainda no primeiro semestre, devido aos futuros planos de expansão do inquérito.

Confira acima a matéria completa.


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