O agronegócio é um dos principais setores que sustentam a economia brasileira e apresentou, em resultado parcial, aumento de 1,15% em seu PIB, no acumulado de janeiro a outubro de 2019. O cálculo foi realizado pelo Cepea (Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada), da Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz (Esalq) da USP, em Piracicaba, junto com demais parceiros. Esse PIB é diferente do apresentado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
“Esse resultado é sobre o PIB renda, diferente do PIB do IBGE. A diferença é que o do IBGE reflete variações de volume da economia e o do Cepea capta também o que acontece com os preços. Em 2019, o crescimento do PIB do agronegócio foi de 1,15%, o da agropecuária subiu 13,09%, enquanto o agrícola caiu 3,24%. O que determinou esse aumento do PIB do agronegócio foi a agropecuária”, explica Nicole Rennó de Castro, pesquisadora do Cepea da Esalq-USP, em entrevista ao Jornal da USP no Ar.
Fator primordial para o ótimo desempenho do ramo agropecuário, a fortíssima demanda internacional pela carne brasileira aconteceu devido a uma situação ruim. “Infelizmente, esse bom desempenho veio de uma tragédia sanitária nos países asiáticos, com a peste suína africana, que dizimou o rebanho de suínos da China, maior produtora e consumidora desse tipo de carne”, lamenta Nicole. A enorme demanda chinesa fez com que os preços das carnes no Brasil se elevassem, sendo positivo para o produtor, que soube aproveitar o preço e a produção maiores em 2019.
Segundo a pesquisadora, a perspectiva é que a demanda externa continue em 2020, bem como se espera uma melhora internamente. Caso se confirme o aumento do PIB do Brasil, a possibilidade de mais empregos vai subir o poder de consumo dos brasileiros. Consequentemente, a melhora de demais setores também virá, como a agroindústria e o setor agrícola, que não cresceu no acumulado calculado para o PIB renda, mesmo com o aumento de produção. “Os mercados agrícolas são bem voláteis. Em termos de safra, a Conab (Companhia Nacional de Abastecimento) tem previsto novo aumento e, por enquanto, os níveis de produtividade terão bom desempenho em 2020.”
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