Sobretaxa pode desestabilizar exportação siderúrgica brasileira

Professor analisa medida de Trump, que aumenta os impostos sobre a importação de aço e alumínio

 12/03/2018 - Publicado há 6 anos

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Na última semana, Donald Trump, presidente dos Estados Unidos, anunciou sobretaxas às importações de aço e alumínio. O Brasil, segundo principal exportador de aço para o país, não foi poupado do aumento e, agora, o setor siderúrgico nacional teme os impactos da medida. Para André Paulo Tschiptschin, professor da Escola Politécnica da USP, a taxação coloca em risco a estabilidade da exportação siderúrgica brasileira.

Caldeira com aço derretido – Foto: Deutsche Fotothek‎ via Wikimedia Commons / CC BY-SA 3.0 de

Oitenta por cento do aço brasileiro comprado pelos Estados Unidos é semiprocessado – tem um valor agregado menor que o do aço processado, como é o exportado pelo Canadá, principal vendedor. O comércio com o Brasil tem, portanto, importância estratégica para os norte-americanos. Anseios por acordos e liberações em outros setores poderiam, então, justificar essa medida, analisa Tschiptschin.

Ainda segundo o professor, os impactos no Brasil não serão os mesmos para todas as empresas do setor. Ele exemplifica com o caso de duas produtoras de aço: Gerdau e CSN, a Companhia Siderúrgica Nacional. Ambas têm fábricas em outros países, mas, enquanto a filial norte-americana da Gerdau realiza todo o processo de produção do aço nos EUA, a fábrica da CSN no país é reprocessadora, ou seja, compra o produto semiacabado dela mesma, no Brasil. Assim, a primeira seria beneficiada com a medida, enquanto a segunda sairia prejudicada. O Brasil deve tentar negociações com os Estados Unidos e até mesmo recorrer à Organização Mundial do Comércio contra a sobretaxa.

Jornal da USP, uma parceria do Instituto de Estudos Avançados, Faculdade de Medicina e Rádio USP, busca aprofundar temas nacionais e internacionais de maior repercussão e é veiculado de segunda a sexta-feira, das 7h30 às 9h30, com apresentação de Roxane Ré.

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