Nova fase da Operação Carne Fraca, deflagrada na última semana, revelou a presença de salmonella em carnes de aves produzidas no Brasil. Possíveis fraudes em laudos sobre a bactéria levantaram dúvidas a respeito dos riscos à saúde aos quais o consumidor pode estar exposto. Bernadette Dora Gombossy de Melo Franco, professora do Departamento de Alimentos e Nutrição Experimental da Faculdade de Ciências Farmacêuticas da USP e diretora do Food Research Center da Fapesp, afirma que o consumo de frango é seguro, desde que o preparo da carne se dê da forma correta.
O Brasil é o maior exportador de frango do mundo. Bernadette conta que as normas de vigilância dos países importadores são bastante rígidas – mais do que as brasileiras – e que atender a essas exigências externas é um desafio. Ainda segundo a professora, o frango é um reservatório da salmonella, então a presença da bactéria na carne é normal, desde que dentro dos níveis aceitos.
Para que não haja riscos de contaminação, Bernadette alerta os consumidores para os cuidados no preparo. Sendo a salmonella uma bactéria termossensível, o frango deve ser cozido em temperatura ideal e por tempo suficiente. Além disso, é necessário estar atento à manipulação da carne na indústria e na casa do consumidor: na geladeira, por exemplo, a bactéria pode chegar a outros alimentos e, no preparo, pode contaminar a tábua ou as mãos do cozinheiro.
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