Grupos terroristas não sobrevivem sozinhos

Organizações extremistas não conseguiriam fazer frente a exércitos formais sem a ajuda de governos

 21/07/2017 - Publicado há 7 anos     Atualizado: 02/08/2017 as 16:03

Continua a tensão entre o Qatar e o grupo de países árabes composto da Arábia Saudita, Emirados Árabes Unidos, Bahrein e Egito. Estas quatro nações revisaram nesta semana uma lista de exigências feitas ao pequeno país do Golfo Pérsico, acusado de subsidiar grupos terroristas. Todo este conflito interno ao mundo árabe é consequência, mais uma vez, de intervenções indiretas dos Estados Unidos, afirma Jorge Mortean, geógrafo formado pela USP e pesquisador das relações diplomáticas entre América Latina e Oriente Médio.

Imagem de satélite do Qatar, no Golfo Pérsico – Foto: Nasa via Wikimedia Commons / Domínio público

Para Mortean, as ações de Washington visam a atacar o Irã. O pesquisador explica que o Qatar é, entre os países árabes, o que tem melhores relações com a nação persa, portanto ele estaria sendo punido como exemplo a não ser seguido. Além disso, o professor lembra dos interesses econômicos da região, principalmente em relação às reservas de gás natural, as maiores do mundo. Jorge Mortean aponta que o Qatar e especialmente a Arábia Saudita financiam, sim, certos grupos rebeldes sunitas radicais, direta ou indiretamente. Para Mortean, a discussão sobre o terrorismo carece de honestidade intelectual; o Estado Islâmico, por exemplo, não conseguiria se contrapor ao exército da Síria se agisse de maneira totalmente independente.

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