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Está no DNA? é uma série produzida pelo Centro de Estudos do Genoma Humano e Células-tronco (Genoma USP) do Instituto de Biociências (IB) da USP. São cinco vídeos curtos que abordam assuntos variados, como, por exemplo, se o gene é um dos fatores para que um atleta possa atingir um alto desempenho em uma modalidade esportiva, ou se o comportamento humano tem relação com a genética, ou ainda se pais inteligentes geram filhos inteligentes. Outros dois vídeos respondem como o DNA pode determinar as características dos seres vivos e se o DNA define ou não por quem se sente atração romântica. Para navegar pelos assuntos e saber a resposta de cada tema é só acessar a playlist da série neste link.
Ser um excelente atleta está no DNA? Esse é o tema de um dos vídeos da série, que começa com um exemplo: “Em uma partida de futebol, não basta chutar bem em direção ao gol. Bons jogadores correm muito ao longo de toda a partida e percebem como os outros jogadores de seu time ou do time adversário estão distribuídos pelo campo. Além disso, enquanto correm com a bola, devem ser ágeis para desviar dos adversários e avaliar se chutam em direção ao gol ou se passam a bola para um outro jogador”. O DNA da habilidade esportiva informa que essas habilidades envolvem o pleno funcionamento de inúmeros órgãos do nosso corpo, como olhos, pulmões, ossos, coração, músculos da perna e, principalmente, o cérebro.
Segundo o material, por ser muito difícil estudar simultaneamente tantas características que resultam em um excelente jogador, os pesquisadores observam alguns aspectos separadamente. Ao analisarem o gene de proteína conversora de angiotensina, gene ACE ou ECA, os pesquisadores perceberam que a maioria dos não atletas apresenta uma versão do gene diferente da apresentada pela maior parte dos maratonistas que correm longas distâncias por longos períodos de tempo.
E para que serve essa proteína? Ela tem a função de acelerar a conversão de angiotensina I para angiotensina II, que é a molécula ativa que faz parte de um sistema de regulação da pressão sanguínea. Existem dois tipos de proteína conversora de angiotensina, um deles faz a pessoa ter mais angiotensina II no sangue, bom para atleta de explosão, como velocistas, halterofilistas, remadores e ciclistas de curta distância. Já o outro tipo faz a pessoa ter uma maior resistência à fadiga e maior frequência cardíaca máxima, útil para atletas de resistência, maratonistas, remadores e ciclistas de longa distância. Alguns têm uma mistura dos dois tipos.


Os pesquisadores também analisaram outro gene, o ACTN3, responsável pela produção de uma proteína importante para a contração muscular, a actina 3. Segundo o estudo, ao comparar atletas de explosão com pessoas que não são atletas, observaram uma frequência mais elevada de uma versão específica do gene ACTN3 dentre a maior parte dos esportistas. Essa versão foi associada com aprimoramento da força, menor risco de lesões esportivas, proteção contra danos musculares decorrentes de treinos, melhor adaptação do corpo ao treino e rápida recuperação pós-treino. Segundo o vídeo, essa informação tem sido usada há muitos anos pelos atletas para se conhecer melhor e personalizar o treino, levando a melhores resultados.
Mas o vídeo alerta que não é só a genética que leva um atleta ao pódio. Eles precisam ter uma intensa rotina de treinamentos e uma alimentação adequada. Esses fatores ambientais, interagindo com as diversas variações genéticas, resultam na habilidade esportiva de uma pessoa. “Ser um excelente atleta é uma característica multifatorial e está no DNA.”
Confira todos os vídeos da série no Canal no YouTube do Genoma USP neste link, ou clique nos players abaixo:





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