Nesta quinta-feira (4), o Instituto do Câncer do Estado de São Paulo (Icesp) inaugurou um novo sistema de imagem para guiar cirurgias, o único do tipo no País. O local, que é um centro especializado da Secretaria de Estado da Saúde, ligado ao Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da USP, passa a contar com equipamentos inovadores dentro do ambiente cirúrgico, com sistema de fluorescência a laser.
O investimento foi de R$ 5 milhões, via projeto Pronon (Programa Nacional de Apoio à Atenção Oncológica).
A nova tecnologia permite o mapeamento do sistema circulatório do paciente durante a cirurgia, em tempo real, o que facilita a identificação imediata de áreas de irrigação sanguínea e oferece ao cirurgião mais precisão na tomada de decisões durante a retirada de tumores ou reconstruções plásticas.
Além disso, a fluorescência também pode atuar como um sistema de GPS, guiando o cirurgião pelas áreas que são iluminadas em verde, nas quais são detectados os linfonodos.
Esses gânglios linfáticos, que contêm células do sistema imunológico, têm a função de ajudar o corpo a combater infecções, filtrando ou mesmo matando também as células cancerígenas. Porém, em alguns casos, esses linfonodos podem ser acometidos pelo câncer, quando localizados perto de um tumor. Nessas circunstâncias, eles devem ser retirados na cirurgia.
Dentre as vantagens do uso da técnica estão ainda a diminuição da duração do procedimento, o menor volume de sangramentos e a redução dos riscos de complicações pós-operatórias, como necroses e infecções. Há, ainda, a recuperação mais rápida do paciente, que pode retornar à sua rotina em menos tempo do que o habitual.
A novidade faz parte de um protocolo de pesquisa do Instituto do Câncer e irá beneficiar mais de 400 pacientes, ao longo de 36 meses, em procedimentos minimamente invasivos (por videolaparoscopia), convencionais (abertas) ou em cirurgias robóticas de cinco diferentes especialidades: aparelho digestivo, cabeça e pescoço, plástica, ginecologia e urologia.
“A pesquisa busca, também, apresentar uma análise do custo-efetividade da tecnologia no tratamento de pacientes oncológicos no SUS. A ideia é que, futuramente, essa técnica passe a ser uma realidade mais presente nos centros públicos. É um orgulho para o Icesp ser pioneiro no uso da técnica em todo o País”, explicou Ulysses Ribeiro Jr., coordenador cirúrgico do Icesp e pesquisador principal do projeto.
Com informações da Assessoria de Imprensa do Icesp