Frio na Patagônia, radiação do incrível Hulk e o céu de janeiro são temas de boletim astronômico

Produzida pelo Instituto de Astronomia, Geofísica e Ciências Atmosféricas da USP para divulgação da astronomia, edição de janeiro do boletim “Dia e Noite com as Estrelas” está disponível para download gratuito

 23/01/2025 - Publicado há 2 meses
Planeta Terra visto de satélite e a capa de um boletim de notícias sobre astronomia
Boletim com notícias de astronomia é produzido no IAG-USP – Arte sobre foto: Reto Stöckli/ NASA Goddard Space Flight Center

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O verão chegou ao Hemisfério Sul, o que não é sinônimo de calor em toda a região. “De fato, conhecemos o verão por seus dias acalorados, mas, é possível um verão gelado? A resposta a essa pergunta é: sim, é possível e, no Hemisfério Sul, esse é o caso, por exemplo, da Patagônia, a região que se estende entre Argentina e Chile conhecida por suas montanhas e seu clima frio ao longo do ano”, responde o professor e astrônomo Artur Junior, do I
nstituto de Astronomia, Geofísica e Ciências Atmosféricas (IAG) da USP, na nova edição do boletim Dia e Noite com as Estrelas. Para acessá-lo na íntegra clique aqui

Ele explica que isso não significa necessariamente altas temperaturas em todo o Hemisfério Sul, já que a quantidade de radiação em determinado local também depende da latitude. “Quanto mais próximo ao Equador, maior será a quantidade de radiação recebida. Podemos mesmo ter localidades no Hemisfério Norte recebendo mais radiação solar que localidades no Hemisfério Sul que se encontram no verão. O segredo é que, quanto mais próximo ao Equador, mais alto teremos o Sol em qualquer época do ano, e quanto mais afastado do Equador e próximo ao Polo, nunca teremos o Sol tão alto, ao contrário, muito próximo aos Polos o Sol estará sempre muito baixo, às vezes tão baixo que nem chega a nascer por muitos dias”, relata. 

Outro tema do boletim é O incrível Hulk, história em quadrinhos de 1962 que fala sobre o Doutor Banner, que é exposto a radiação gama e então desenvolve a habilidade de se transformar em uma enorme fera verde. “A história de Banner seria bem diferente na vida real, já que um ser humano exposto a altos índices de radiação gama pode morrer ou no mínimo desenvolver sérios problemas de saúde”, conta Malu Carvalho, da Escola de Comunicações e Artes (ECA) da USP. Segundo a autora, o uso fictício dos raios gama na HQ é reflexo da descoberta recente do controle dessa forma de “energia poderosíssima”, mostrando que o interesse vai além de diversas ciências como astronomia e até mesmo a medicina. 

O que está no céu de janeiro? 

No dia 24 de janeiro, a Lua estará próxima de Antares, na constelação de Escorpião, formando outra belíssima conjunção no céu, que poderá ser vista às 5 horas da manhã, como diz Suellen Camilo (Instituto de Física da USP). Pouco depois, em 1º de fevereiro, a Lua ficará próxima de Saturno e Vênus e no dia 3 de fevereiro, às 19h, ocorrerá uma grande aproximação angular entre Saturno e Vênus. “Use a Lua como guia: logo abaixo estará Vênus (brilhante) e, mais abaixo, Saturno (amarelado). Acima, Júpiter estará ao lado de Aldebaran; à direita, Marte; e, acima, as Três Marias”, orienta a autora. Como ela diz, as noites de verão são marcadas por estrelas muito brilhantes e coloridas. Ela ainda destaca a Lua Cheia da Neve, no dia 12 de fevereiro, e a Lua Cheia da Minhoca, no dia 14 de março, além de um eclipse lunar total, que ocorrerá na madrugada do dia 13 para o dia 14 de março, em que o disco lunar aparecerá vermelho-escuro, recebendo o nome popular de “Lua de Sangue”. 

A publicação ainda traz artigo sobre a definição de planeta, que, segundo Beatriz Morais, do IAG, começou há milhares de anos na Grécia Antiga e se referia àqueles pontos luminosos no céu que se moviam em relação aos demais: “planetes ásteres, que significa ‘estrelas errantes’ ou simplesmente planētoi, que significa ‘errantes’, do qual derivou a palavra atual ‘planetas’”. E Ramachrisna Teixeira, professor do IAG e também coordenador do boletim, escreve sobre Vesto Slipher: uma grande injustiça na astronomia, astrônomo que, em 1912, se pôs a medir a velocidade de afastamento ou de aproximação (velocidade radial) de galáxias, naquele tempo chamadas de nebulosas espirais. 

O boletim Dia e Noite com as Estrelas é mensal e gratuito. Confira a última edição do boletim neste link. Acesse as edições anteriores clicando aqui. Caso queira recebê-lo diretamente, inscreva-se na lista de transmissão. Mais informações pelo e-mail: contatodncestrelas@gmail.com.


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