O Instituto de Estudos Avançados (IEA) da USP está com uma instalação sobre evolução humana chamada Ocupação Hominínia, inaugurada em 27 de fevereiro, expondo réplicas de hominídeos e um painel com uma linha do tempo que resume a história da espécie humana. O curador da instalação é o paleontólogo Walter Neves, professor sênior do IEA e aposentado do Instituto de Biociências (IB) da USP.
Feita com recursos do IEA, a ocupação não tem espaço de exposição, levando a uma provocação para o visitante que tem possibilidade de ampliar o conhecimento acessando QR-Code que direciona para vídeos explicativos, conforme disse Neves. O professor também explica que as seis réplicas selecionadas são representantes do Sahelanthropus tchadensis (que viveu entre 6 e 7 milhões de anos atrás), Australopithecus afarensis (entre 3,9 e 2,9 milhões de anos atrás), Homo habilis (entre 2,6 e 1,5 milhões de anos atrás), Homo erectus (entre 1,89 milhão e 100 mil anos atrás), Homo neanderthalensis (entre 200 mil e 30 mil anos atrás) e do Homo sapiens (que surgiu há 200 mil anos).
Considerado o mais famoso ancestral humano, a réplica do Australopithecus afarensis possui corpo inteiro e é dedicada à Lucy, fóssil encontrado na Etiópia em 1974. “O caso da Lucy é único, por isso, colocamos o esqueleto completo. Por ser um dos poucos hominídeos descobertos com essa profundidade temporal [de milhares de anos], conseguimos fazer estimativas de como é o esqueleto total”, explica Neves.
Segundo Walter Neves, a diferenciação evolutiva de milhares de anos está na bipedia, sendo facultativa na época da Lucy, que eram ótimos trepadores de árvores, até chegar no Homo erectus, com aparecimento das atuais proporções corporais e desenvolvimento de uma bipedia suficiente para se locomover com as duas pernas. Já o Homo sapiens é mais caracterizado pela face não projetada para frente, grande cérebro com aumento do seu espaço com capacidade de 1.350 cm³, diferente da Lucy, cuja capacidade craniana era de 400 cm³.
“[Espero que] as pessoas que forem visitar não tenham expectativa de ver uma exposição. É quase uma provocação. A instalação tem objetivo de provocar”, alerta o renomado paleontólogo. A instalação está no térreo do IEA, localizado na Rua da Praça do Relógio, número 109, na Cidade Universitária da USP, São Paulo-SP. Aberta ao público, inclusive para grupos escolares, de segunda a sexta-feira, das 7 às 18 horas. Você pode conferir mais informações clicando aqui.
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