
Em 2018, a USP oferecerá um total 11.147 vagas nos seus cursos de graduação – 75 a mais do que no ano passado. Isso é o resultado de ampliação de vagas e criação de cursos. As decisões foram tomadas no último dia 4 de julho, quando o Conselho Universitário (Co) também aprovou a criação de cotas sociais e raciais.
A reserva será feita de forma escalonada: no ingresso de 2018, serão reservadas 37% das vagas de cada unidade de ensino e pesquisa; em 2019, a porcentagem deverá ser de 40% de vagas reservadas de cada curso de graduação; para 2020, a reserva das vagas em cada curso e turno deverá ser de 45%; no ingresso de 2021 e nos anos subsequentes, a reserva de vagas deverá atingir os 50% por curso e turno. Além disso, na reserva de vagas para os estudantes de escolas públicas também incidirá o porcentual de 37% de cotas para estudantes autodeclarados PPIs.
A reserva considerará, conjuntamente, os dois processos de seleção da Universidade: o vestibular da Fuvest e o Sistema de Seleção Unificada (Sisu). Mas quem pensa em concorrer a uma vaga na Universidade em 2018 vai se deparar com outras novidades. Confira as principais mudanças:
Adesão total ao Sisu
Neste ano, todas as 42 unidades da USP oferecerão vagas via Sisu. Até então, apenas três unidades ainda não haviam aderido à seleção: a Escola de Engenharia de São Carlos (EESC), a Faculdade de Medicina da USP (FMUSP) e o Instituto de Física (IF).
O terceiro curso de Medicina da USP
Quem sonha em cursar Medicina poderá concorrer a uma vaga na primeira turma oferecida pela Faculdade de Odontologia de Bauru (FOB). Serão 60 vagas no vestibular 2018, 42 delas via Fuvest e 18 pelo Sisu. A proposta é aumentar gradativamente o número de vagas, com 80 vagas em 2020 e 100 vagas a partir de 2021.
Os alunos terão à disposição a estrutura do Centrinho, como é conhecido o Hospital de Reabilitação de Anomalias Craniofaciais. O local é referência mundial no tratamento de fissuras e já tem 50 anos de atuação.
A Universidade também oferece o curso de Medicina em São Paulo e em Ribeirão Preto, que são as duas carreiras mais procuradas pelos vestibulandos da Fuvest e também possuem vagas pelo Sisu.

Nova carreira: para quem quer ser cientista e empreendedor
A Escola de Artes, Ciências e Humanidades (EACH), unidade da USP localizada na zona leste de São Paulo, terá, a partir de 2018, o curso de graduação em Biotecnologia.
O profissional deverá dominar múltiplas áreas do conhecimento, como biologia e química, mas também propriedade intelectual, assuntos regulatórios e gestão de bionegócios. A formação interdisciplinar busca preparar os estudantes para o desenvolvimento de atividades de pesquisa, desenvolvimento tecnológico e inovação nas áreas de biotecnologia da saúde e da agroindústria. Serão oferecidas 60 vagas, no período diurno, dessas, 18 serão para o Sisu e 42 para a Fuvest. O curso terá duração de quatro anos.
O único curso de clarone da América Latina

Os candidatos ao curso de Música da USP poderão estudar mais um instrumento, o clarone. Ainda pouco conhecido no País, o clarone também é conhecido como clarinete baixo e é considerado um instrumento relativamente novo na história da música, segundo o relatório de criação do curso.
Com a aprovação da nova ênfase, o curso da USP passa a ser o único do gênero oferecido na América Latina.
Quem se interessar pelo clarone precisa escolher o Bacharelado em Música com Habilitação em Instrumento de Sopro oferecido pela Escola de Comunicações e Artes (ECA), em São Paulo. O aluno fará a escolha da ênfase em clarone no momento da matrícula na Universidade.
O curso de Música é oferecido apenas pela Fuvest, pois o Sisu não comporta cursos que exijam teste de habilidade específica.
Relações Públicas: de habilitação para bacharelado
Até o último vestibular, Relações Públicas era uma habilitação do curso de Comunicação Social da Escola de Comunicações e Artes (ECA). Agora, passa a se chamar Bacharelado em Relações Públicas. A mudança não é apenas no nome: houve uma reforma curricular, adequando a grade às Diretrizes Curriculares Nacionais do curso.
Segundo o documento que justifica as mudanças, a matriz curricular atual vai melhorar a articulação de diferentes áreas da comunicação e de outros campos do saber, com uma maior integração entre teoria e prática.
Houve a criação de uma disciplina obrigatória (Introdução ao Campo da Comunicação) e a inclusão de outras. O novo currículo também terá uma carga obrigatória de atividades complementares, que são práticas acadêmicas que ampliam a formação pedagógica do curso, e prevê ainda o estágio supervisionado.
Mais vagas: Sistemas de Informação e Biblioteconomia
O Bacharelado em Sistemas de Informação, curso do Instituto de Ciências Matemáticas e de Computação (ICMC), em São Carlos, passou de 40 para 50 vagas. Uma das justificativas para a mudança é o crescente aumento da relação candidato/vaga no curso e por ser o segundo curso mais procurado da unidade.
O Bacharelado em Biblioteconomia, oferecido pela Escola de Comunicações e Artes (ECA), passou de 15 para 20 vagas – a mudança é para o período matutino, equiparando o número de vagas oferecidas no período noturno.
Audiovisual sem prova específica
Neste ano, quem prestar o vestibular para o Curso Superior do Audiovisual da ECA não vai precisar realizar a prova de habilidade específica. Segundo nota divulgada pela unidade, do coordenador do curso, Rubens Rewald, a medida é importante para democratizar os meios audiovisuais e receber um perfil mais diversificado de alunos no próximo ano.
Com a mudança, o curso pôde aderir ao Sisu e vai oferecer 11 vagas pelo sistema.