Explicar processo de produção de vacinas foi desafio de atividade voltada para divulgação científica – Foto: Reprodução/IQSC

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A divulgação científica nunca esteve tão presente como nos dias de hoje. Basta ligar a televisão, comprar um jornal ou navegar pelos mais diversos portais de notícias que não será difícil encontrar alguma informação sobre pesquisas em desenvolvimento. Para estimular o hábito de divulgar temas científicos relevantes à sociedade, o Instituto de Química de São Carlos (IQSC) da USP desafiou alunos que estão no primeiro ano do curso de Bacharelado em Química a criarem vídeos de até três minutos para explicar como as vacinas são produzidas.
“Eu escolhi falar sobre as vacinas virais, que são aquelas que utilizam o vírus inativo ou enfraquecido em sua produção. Confesso que foi um desafio, pois nunca havia gravado um vídeo de frente para a câmera, por isso tive que tentar várias vezes até dar certo. Foi um ótimo aprendizado, me fez sentir como é feita a divulgação científica, que, aliás, foi um dos motivos que me trouxeram para o IQSC, essa oportunidade de falar com a comunidade”, revela José Roberto Neto, um dos alunos do instituto que participaram da atividade.
Segundo o estudante, além da iniciativa mostrar que a Universidade se preocupa em dar um retorno à população, ela também foi capaz de sanar um desejo pessoal. “Sempre tive vontade de divulgar ciência e essa experiência foi muito importante para o início da minha jornada acadêmica, ainda mais pelo momento que passamos, em que a ciência precisa ter sua devida valorização”, reitera Neto, que é integrante do ACS USP Student Chapter, grupo de extensão do IQSC voltado para atividades de divulgação científica e reconhecido pela Sociedade Americana de Química.
A produção de vacinas que utilizam vetores virais para sua fabricação, como o adenovírus (vírus da gripe comum), também foi abordada na atividade. Utilizando recursos gráficos para explicar o conteúdo em forma de desenhos, a aluna Gabriela Scaglia criou um vídeo animado sobre o tema, e aproveitou para elogiar a iniciativa. “Achei bem legal essa experiência logo no começo da graduação, pois aprendemos desde cedo sobre a importância de divulgar ciência ao invés de “guardá-la”. Além disso, a gravação dos vídeos foi importante para nos ajudar com as nossas habilidades de comunicação, essenciais para transmitir informações de maneira clara”, conta a estudante.

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José Roberto Neto

Gabriela Scaglia

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A atividade aplicada aos alunos foi proposta durante a disciplina Acompanhamento Profissional e Pessoal I, ministrada no primeiro semestre pelo professor Emanuel Carrilho, diretor do IQSC. O objetivo é oferecer aos estudantes do primeiro ano um acompanhamento do progresso acadêmico por meio de reuniões semanais, atividades coletivas e orientações que os auxiliem a encontrar o melhor caminho na carreira, transmitindo informações sobre o papel social e profissional do químico.

Para elaborar os vídeos, os participantes puderam escolher qual tipo de vacina gostariam de explorar. Eram quatro opções: as Vacinas Virais, as de Vetores Virais, a Genética e a Proteica. “A ideia de realizar essa atividade surgiu naturalmente. Sabemos que existe um grande distanciamento entre o que é feito na universidade e o que a sociedade tem conhecimento, e atualmente estamos acompanhando a importância da divulgação científica para melhorar esse cenário. Como estamos no meio de uma pandemia, propus aos estudantes que se passassem por blogueiros e youtubers de ciência para falarem sobre os diversos tipos de vacina. O resultado foi muito bom, conseguimos mostrar para eles o valor da comunicação”, comemora Carrilho.
Ao todo, foram gravados sete vídeos, em diferentes formatos, desde o tradicional “olho a olho” com a câmera até a produção de montagens e desenhos animados. O trabalho dos estudantes coincide com o momento decisivo que vivemos no qual duas vacinas estrangeiras serão testadas e produzidas no Brasil contra a covid-19, após parcerias firmadas com instituições do exterior.
Para o diretor do IQSC, é essencial que, neste momento, todos saibam como as vacinas são feitas, de que forma elas agem no organismo, quais os custos de sua produção, as etapas que envolvem os estudos, o alto grau de dificuldade para obtê-las etc.
Outro vídeo produzido no IQSC para informar a sociedade sobre o assunto é o do aluno Lucas Alves da Silva, que explicou como são feitas as vacinas que utilizam as proteínas dos vírus. O estudante conta que a atividade serviu como um grande incentivo aos jovens ingressantes do curso. “No primeiro semestre, ainda estamos um pouco perdidos, sem tanta informação sobre faculdade, pesquisa, então pudemos ter a dimensão de que a ciência vai muito além do que é feito dentro do laboratório.”
O jovem revelou que um dos principais desafios enfrentados durante a gravação do vídeo foi a necessidade de “transformar” o vocabulário técnico do universo acadêmico em uma linguagem acessível ao público leigo. “Quando estava gravando o vídeo pensei na maneira mais adequada de falar, pois quem não é da área poderia não compreender muito bem o que é um DNA, um RNA, uma proteína, então foi preciso explicar com cuidado. Acho que é esse o tipo de divulgação que contribuirá para melhorar a educação e fazer o mundo evoluir”, finaliza.

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Lucas Alencar
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Beatriz Lopes de Souza e Nicole Faleiros de Avila

Thiago Fernandes Borges
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Kevin Carvalho Eburneo

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Henrique Fontes, da Assessoria de Comunicação do IQSC
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