O retorno seguro às atividades presenciais na Universidade de São Paulo depende de um “espírito coletivo” de solidariedade, em que cada indivíduo permaneça atento à segurança dos outros e ao cumprimento de um conjunto de medidas de proteção — incluindo, ainda, o uso de máscaras. “A gente entrou na pandemia juntos e só sairemos quando a gente entender que esse é um momento do coletivo e não do indivíduo”, diz a professora Lorena Barberia, do Departamento de Ciência Política da Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas (FFLCH) da USP, em entrevista ao Boletim USP-Covid desta semana.
A Reitoria da USP divulgou no último dia 20 um comunicado oficial sobre o uso de máscaras na Universidade, esclarecendo que o uso permanece obrigatório em ambientes fechados, “incluindo salas de aula, auditórios, museus, laboratórios, bibliotecas, locais de atendimento ao público e setores administrativos”; apesar da decisão do governo estadual de dispensar o acessório por completo desde o dia 17. Em ambientes externos, por sua vez, “o uso de máscara é recomendado em situações de aglomeração”, diz o comunicado. As diretrizes são orientadas pela Comissão Assessora de Saúde da Universidade, composta de especialistas de diversas áreas.
“Deverão ser utilizadas máscaras cirúrgicas ou tipo N95, bem ajustadas ao rosto, cobrindo do nariz ao queixo”, esclarece, ainda, o comunicado.
O uso de máscaras é a medida mais importante para evitar a dispersão do coronavírus dentro da Universidade — mas não a única, ressalta Lorena. Se tem uma coisa que os cientistas aprenderam ao longo da pandemia, diz ela, é que nenhuma medida de proteção dá conta do recado sozinha, nem mesmo as vacinas ou as máscaras. “O que funciona e dá certo é quando a gente tem uma estratégia de várias medidas funcionando como um conjunto coerente, e essas medidas estão articuladas de uma forma que proteja o coletivo e não o indivíduo”, afirma a professora.
Nascida no México, filha de pais argentinos e radicada há 20 anos no Brasil, Lorena coordena desde o início de 2020 uma rede de pesquisadores dedicada a monitorar a implementação e a eficácia de políticas públicas para o enfrentamento da pandemia: a Rede de Pesquisa Solidária em Políticas Públicas e Sociedade.
“Nós não estamos voltando às atividades presenciais porque acabou a pandemia, mas porque elas são urgentes para enfrentar os desafios que nos ajudam como sociedade a sermos mais fortes para enfrentar esse momento”, afirma Lorena. “A USP pode ser um exemplo muito importante para o país de como fazer isso de uma forma responsável e na vanguarda.”
Os Boletins USP-Covid são publicados toda segunda-feira, às 18 horas, no Canal USP do YouTube. Para mais informações sobre protocolos e orientações de segurança, veja o site USP Retorno Seguro: https://retornoseguro.usp.br.
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