Presentes em diferentes áreas do conhecimento, as olimpíadas científicas possuem diversas funções. Além de incentivar o estudo de determinadas disciplinas e despertar a curiosidade do aluno, elas ajudam, por exemplo, na descoberta profissional dos jovens e na melhora das instituições de ensino e de seus professores. O Instituto de Química (IQ) da USP, em São Paulo, é um dos apoiadores desses eventos, contribuindo com a organização e treinamento de alunos.
Uma dessas parcerias é com a Olimpíada de Química do Estado de São Paulo (OQSP). Os docentes da USP são responsáveis por parte da correção das redações dos competidores, já que, diferentemente de outras competições similares, exige-se uma redação ao invés de exercícios na primeira fase, permitindo maior número de jovens participando.
O IQ também sedia as atividades da fase final do evento, possibilitando aos alunos conhecer as instalações da USP e até as considerar como futuro local de estudo. “Eles visitam nossos laboratórios e assistem a uma apresentação do grupo de teatro Química em Ação“, explica Ivano Gutz, coordenador da OQSP.
O instituto ainda está ligado à história da Olimpíada Brasileira de Química (OBQ). A primeira edição da competição, em 1986, ocorreu na USP. A olimpíada teve suas atividades paralisadas em 1989 e só retornou em meados da década de 1990.
Escola Olímpica
Os estudantes participantes da edição estadual da Olimpíada de Química com as melhores colocações podem receber treinamento na USP para a disputa nacional e torneios internacionais. O projeto Escola Olímpica de Química (EOQ) oferece aulas específicas no IQ com foco nessas competições.
A iniciativa surgiu com o trabalho de ex-alunos participantes de olimpíadas acadêmicas. Hoje, eles são responsáveis por ministrar a maioria das aulas na EOQ, juntamente com docentes do IQ, grande parceiro do projeto.
“Recebemos bastante apoio do instituto tanto pelo espaço físico quanto com os professores, que são muito solícitos. Eles dão algumas aulas e sempre nos apoiaram muito”, conta Amanda da Annunciação, atual coordenadora da escola.
Durante uma semana, cerca de 40 alunos têm aulas de química, das 9 às 18 horas, de segunda-feira a sábado. “No começo da semana, são atividades mais introdutórias. Depois ocorre uma transição para aprofundar o conteúdo. No final, eles têm aulas com conteúdo universitário”, destaca Amanda.
A coordenadora do projeto começou como aluna, monitora e professora antes de chegar ao cargo atual. Ela disse que a Escola Olímpica foi criada para suprir uma necessidade existente. “Surgiu para substituir o espaço entre a edição paulista e a brasileira. Isso porque, na nacional, são abordados conteúdos mais diversos.”
Apesar de ser aberta ao público, a iniciativa prioriza os alunos pré-qualificados para essas competições. De acordo com Ivano, o curso também pode ajudar no desempenho em vestibulares. “Não deixa de ser um reforço para a prova da Fuvest, responsável por um dos processos de seleção para estudar na USP.”
O legado do treinamento oferecido pela Escola Olímpica de Química vai muito além das medalhas. A própria Amanda escolheu sua profissão após as participações nas competições científicas e as aulas na escola. Hoje, ela estuda Química na USP. “Vários ex-alunos já nos falaram que foram fazer Química por causa da Escola Olímpica”, completa ela.
Mais informações podem ser adquiridas no site da Escola Olímpica de Química.