Devido às mudanças climáticas, as ondas de calor vão se tornar cada vez mais frequentes em todo o planeta, diz o professor Paulo Saldiva em mais uma edição de sua coluna para a Rádio USP. Além do calor, a variação da temperatura ao longo do dia também é um fator de agravo para as pessoas mais frágeis. O colunista compara essa situação ao clima que se encontra no deserto e afirma que “nós construímos os nossos desertos nas nossas cidades, só que são feitos de cimento e asfalto. É por essa razão que a umidade relativa tem caído em períodos que chegam a você ter, na cidade de São Paulo, níveis próximos a um deserto”, o mesmo acontecendo nas cidades do Centro-Oeste.
A USP faz parte de uma rede de pesquisadores cuja finalidade é a de coletar dados globais de umidade e temperatura diários, por longos períodos de tempo, em mais de 400 cidades em todo o mundo. Um dos dados obtidos é o de que, “quando se tem a variação de calor muito rápido, ela amplifica os efeitos deletérios das ondas de calor. Ou seja, o calor é lesivo à nossa saúde, mas a variação da temperatura ao longo do tempo ajuda a desequilibrar os nossos mecanismos de controle da temperatura corpórea, que se traduz então em admissões hospitalares e excesso de mortalidade”. Mais um motivo, segundo Saldiva, para que se recomponha a cobertura vegetal da cidade. Ele aponta algumas alternativas para, na falta de vegetação suficiente, recompor a umidade, como lançar mão de telhados verdes ou de captar o calor por meio de painéis solares nos topos dos edifícios.
Saúde e Meio Ambiente
A coluna Saúde e Meio Ambiente, com o professor Paulo Saldiva, vai ao ar toda segunda-feira às 8h, quinzenalmente, na Rádio USP (São Paulo 93,7 ; Ribeirão Preto 107,9 ) e também no Youtube, com produção da Rádio USP, Jornal da USP e TV USP.
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