Em sua coluna Na Cultura, o Centro Está em Toda Parte, o professor Martin Grossmann, da Escola de Comunicações e Artes da USP, comenta a sua participação na programação do Centenário da Semana de Arte Moderna, que está sendo apresentada na cidade e na Universidade de São Paulo (clique e ouça o player acima da Rádio USP).
“Mas o que eu queria reforçar aqui é a mitificação da Semana de 22 e uma afirmação do secretário municipal de Cultura, Alê Youssef: ‘São Paulo deveria ser uma cidade menos bandeirante e cada vez mais modernista’. Esta frase me marcou bastante porque, mais recentemente, comecei a ver o Modernismo no Brasil não só como uma forma de representação de um jovem país.”
O professor lembra que esse Modernismo está em vários lugares, inclusive na universidade brasileira. “Haja vista o campus Butantã da USP, da Universidade de Brasília e da Universidade Federal do Rio de Janeiro. São arquiteturas modernistas que permitem a presença da universidade.”
Diante desse contexto e da afirmação do secretário, Grossmann lembra que o Modernismo também foi uma espécie de bandeirantismo. “Se hoje somos críticos ao bandeirantismo por que não fazemos essa mesma crítica ao Modernismo, que tem muitos méritos e, de fato, tem essa capacidade de nos representar, mas participa também de um processo de branqueamento?”, questiona. “Ele é homogeneizador e acabou conquistando o Brasil de outras formas, mas seguindo os passos dos bandeirantes. É uma segunda leva de ocupação e acredito que nas comemorações precisa ser vista de forma crítica.”
Na Cultura, o Centro está em Toda Parte
A coluna Na Cultura o Centro está em Toda Parte, com o professor Martin Grossmann, vai ao ar quinzenalmente, terça-feira às 9h, na Rádio USP (São Paulo 93,7; Ribeirão Preto 107,9) e também no Youtube, com produção da Rádio USP, Jornal da USP e TV USP.
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