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As mudanças climáticas e todos os problemas que acarretam têm sido tema constante de discussões e pesquisas mundo afora. Recentemente, a Organização Meteorológica Mundial (OMM), ligada à Organização das Nações Unidas, divulgou um novo estudo, que por si só é impactante. É sobre esse novo relatório da OMM que o professor Pedro Dallari fala em sua coluna desta semana. “A OMM divulgou um estudo na semana passada muito preocupante, tratando do aumento do impacto da crise climática, decorrente do aquecimento global, para a população dos países da América Latina, inclusive o Brasil”, informa Dallari.

“Segundo o relatório que contém as informações desse estudo da OMM, situações de secas, derretimento de geleiras, chuvas torrenciais e desmatamento crescente estão tendo efeitos cada vez mais graves para o ecossistema da América Latina, para a segurança alimentar para os povos da região e para a saúde das pessoas. Tudo isso com o consequente aumento da pobreza, das migrações e deslocamentos internos e das dificuldades para a economia dos países latino-americanos”, relata o colunista. “A OMM tem uma origem, bem antiga, tendo nascido em 1873, com o nome de Organização Meteorológica Internacional. Sua finalidade é justamente coordenar as ações de 193 países que integram a ONU para lidar com os problemas de clima e da água, procurando minimizar os efeitos da crise meteorológica”, contextualiza o professor.

Divulgado em 22 de julho, o relatório aponta, entre outros, os seguintes “fenômenos alarmantes”, como afirma o colunista. “Em primeiro lugar, o aumento da temperatura média da região, que em 2021 superou as médias anteriormente verificadas na América Latina e no Caribe. O degelo na região dos Andes também aumentou, fazendo com que haja um risco de fornecimento de água, justamente pela ausência dessas coberturas glaciais, no Peru e em toda a região que cerca os Andes”, explica Dallari.

“O aumento da temperatura ocasionou ainda a elevação do nível médio das águas do mar, fazendo com que a costa da América do Sul passasse a ser cada vez mais afetada com o risco da inviabilização da vida nessas regiões costeiras. O aumento da seca também é muito alarmante. O relatório aponta o caso do Chile, mas também o caso da bacia dos rios Paraná e da Prata, o que afeta diretamente a população brasileira do sul do País”, informa o colunista. “O estudo da OMM menciona também a temporada de furacões na América Central, que foi particularmente grave em 2021, assim como menciona as chuvas cada vez mais torrenciais em regiões da América Latina, fazendo alusão diretamente aos Estados da Bahia e de Minas Gerais, no Brasil. O relatório, finalmente, faz um alerta para a devastação na floresta amazônica, que não para de crescer”, afirma o professor. “O relatório da OMM é um documento muito importante e muito preocupante”, conclui ele.

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